Ano 08 nº 152/2020 – Relatos de uma ação solidária durante o período de pandemia/ Coluna PET Letras

Fonte: Pinterest

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Por Shéren Salvo Freire

Eu participei da ação solidária realizada pelo PET-Letras  em parceria ao Rotaract Club de Bagé Campanha na qual foram doados alimentos, roupas, álcool e máscaras. Participar de uma ação solidária durante a pandemia de CoronaVírus me trouxe muitas reflexões, a principal delas é como as pessoas mostram seu lado humano em momentos difíceis, mesmo pessoas ou instituições que não possuem esse intuito. Veja só, o PET-Letras – diferentemente do Rotaract, que, para quem não conhece, é um programa voltado à promoção de serviços à comunidade – objetiva a formação de alunos universitários para a pesquisa, o ensino e a extensão. Ainda que o objetivo principal do programa não seja o de efetuar esse tipo de trabalho, acabou-se realizando uma ação solidária, e esse é apenas um exemplo de muitas outras instituições ou empresas que não possuem esse viés, mas acabaram se desconstruindo e mostrando o seu lado humano durante essa pandemia.

Quero, porém, chamar a atenção essencialmente para as pessoas que se propuseram a doar, pois foi lindo ver pessoas que não tinham tido contato com o PET-Letras ou com o Rotaract doando alimentos ou valores para famílias que nem imaginavam quais seriam, ainda mais em um período em que a vida econômica da maioria das pessoas foi afetada. Era perceptível a generosidade no olhar de cada pessoa que doava, foi bom ver aflorar esse lado do ser humano. 

Além de poder ver esse outro lado das pessoas, participar da ação solidária me trouxe um choque de realidade com a percepção dos meus privilégios, pois eu estava o tempo todo me queixando da pandemia e só falava como a situação era complicada, como era ruim estar em quarentena. Contudo, eu pude ver como estava sendo para as outras pessoas, pessoas que não possuem os mesmos privilégios que eu tenho: uma casa confortável para morar, comida na mesa, internet para estudar. Parar, pelo menos por um momento, de olhar para o meu umbigo me fez notar como a quarentena é diferente para cada pessoa, nem todos possuem o privilégio de ficar em casa protegidos, nem todos possuem o privilégio de comprar ferramentas de proteção como álcool gel ou máscaras, nem todos possuem comida dentro de casa. A quarentena pode ser muito mais grave do que podemos imaginar e isso mostra também como os problemas sociais afetam de maneiras diferentes cada grupo social, apontando de forma escancarada a desigualdade social do Brasil. 

Finalizo dizendo que foi surpreendente e gratificante ver a felicidade e a gratidão das pessoas que recebiam as cestas doadas, mesmo aquilo não sendo nada perto do que elas deveriam receber por direito. Se tu, leitor, nunca participaste de uma ação solidária ou de algum trabalho voluntário e tem vontade, participe, agora é uma hora em que as pessoas estão precisando ainda mais de auxílio. É regozijante poder ajudar, mesmo que um pouco,  alguém. 

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Shéren Salvo Freire é graduanda do 5º semestre de Letras Português e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pampa, Campus  Bagé, RS. Desde dezembro de 2019 é bolsista do Programa de Educação Tutorial, PET-LETRAS, mantido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

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“Esta é a coluna do PET-Letras, Programa de Educação Tutorial do curso de Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa, do campus Bagé. O programa, financiado pelo FNDE/MEC, visa fornecer aos seus bolsistas uma formação ampla que contemple não apenas uma formação acadêmica qualificada como também uma formação cidadã no sentido de formar sujeitos responsáveis por seu papel social na transformação da realidade nacional. Com essa filosofia é que o PET desenvolve projetos e ações nos eixos de pesquisa, ensino e extensão. Nessa coluna, você lerá textos produzidos pelos petianos que registram suas reflexões acerca de temas gerados e debatidos a partir das ações desenvolvidas pelo grupo. Esperamos que apreciem nossa coluna. Boa leitura”.

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