Ano 11 Nº 001/2023 – O dia em que a Inclusão entrou em minha vida

Ilma Teresinha Ferreira Pereira


Um certo dia, a convite de uma colega, fui conhecer um projeto de inclusão na Universidade. E como num estalar de dedos, descobri dentro de mim a paixão pela inclusão e, a partir daí, mudou um pouco o caminho da minha  trajetória acadêmica, que até então me levava para o estudo da  literatura, mas agora tive toda a certeza de que quero seguir aperfeiçoando  meus conhecimentos e trabalhar com a inclusão. Senti a importância desse trabalho, pois é muito gratificante e compensador quando tu percebes que  uma criança com deficiência é incluída aos demais estudantes numa sala de aula. A inclusão permite que se respeite as diferenças e especificidades de cada um. 

Um detalhe muito importante é de que a inclusão escolar não é uma gentileza que se faz ao estudante, mas sim, uma obrigatoriedade que a instituição tem com a sociedade, pois assim dará a este aluno, uma convivência de igual para igual a cada indivíduo com ou sem deficiência, pois dessa maneira  o aluno terá um crescimento e aprendizado  mútuo e, com isso, poderá fazer a diferença na sociedade em que está incluído. Porém não basta que este aluno seja inserido na comunidade escolar, ele precisa que se disponibilize acessibilidade e condições de igualdade para todos  dentro da instituição.

Acredito que precisamos, ainda, de muitas mudanças e avanços na comunidade escolar, pois só assim, as pessoas com deficiências poderão ser protagonistas de suas próprias vidas. Pois os impedimentos não vêm de sua deficiência, mas sim, dos empecilhos e resistências que a sociedade impõe a elas. Esperamos, principalmente de nossos governantes, que revisem e se apliquem as leis que proporcionam  melhores condições de inclusão.

 A mudança deveria vir inicialmente da formação de professores, com mais disciplinas voltadas ao tema da  inclusão e com novas posturas de como se lidar com alunos inclusos, com mais cursos de aperfeiçoamento também para professores já formados, pois, na sala de aula, o mínimo que se espera é que cada professor, leve aos seus estudantes tudo o que estiver ao seu alcance, o que desenvolveu ao longo de sua vida, visto que, como educador, ele está concebendo novas gerações, às quais terão em suas mãos o destino deste mundo. E para que isso aconteça com êxito,  o professor precisa de bons planejamentos, pois só assim, realizará um trabalho de qualidade no ensino-aprendizagem com seus alunos, sempre procurando chegar ao melhor caminho.

Sobre o projeto de inclusão na Unipampa, o qual me referi no início deste texto, nele, é feito um trabalho muito relevante e de extrema importância com o tema Inclusão, o projeto de que participo é desenvolvido pelo Núcleo de Educação Inclusiva (NEI). Atualmente,  o grupo está fazendo uma coletânea de relatos com mães de pessoas com deficiências. Paralelo a esse trabalho, a professora responsável está organizando a escrita de um livro, onde serão contadas todas essas experiências vivenciadas no dia a dia, muitas vezes sofridas, dessas mães determinadas e guerreiras. Estão sendo colhidos os mais diversos relatos sobre as dificuldades que essas mães e responsáveis enfrentam diariamente com seus filhos. Ainda há muito a ser feito por todos, pois, a meu ver, deveriam dar mais prioridade ao tema inclusão, visto que, é um problema que aflige nossa sociedade há muito tempo. 

 Na prática, deveria existir uma maior aplicação das leis e apoio do poder público, não só aos estabelecimentos de ensino como também dando suporte e orientação às famílias que enfrentam esse problema, pois tenho certeza de que se elas tivessem mais apoio e empatia de toda a sociedade, com certeza, estaríamos construindo um mundo e um futuro melhor para todos os seres de nosso planeta.

Meu nome é Ilma Teresinha Ferreira Pereira, tenho 53 anos e estou cursando o 6° Semestre do Curso de Letras Português e Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade Federal do Pampa, Campus Bagé-RS. Sou bolsista do PET-Letras desde março/2022.

Comentários
  1. Gleidi Cardoso

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