Ano 04 nº 020/2016 – NÃO AOS CORTES: SIM À EDUCAÇÃO

Stéfany Solari

Letras-  Português ( UNIPAMPA)

Mariana Dutra

Engenharia de Computação(UNIPAMPA)

Os últimos dias têm sido fervorosos em vários campi da Unipampa. Ocupações, manifestações, cartazes e outros tipos de intervenções tomaram conta dos prédios. Até o momento as sedes  em Caçapava do Sul, Jaguarão, São Borja, São Gabriel, Uruguaiana e Bagé estão ocupadas por estudantes. Tudo isso em resposta ao corte de verbas que vem sendo anunciado há algum tempo. Os movimentos estudantis protestam contra a precarização que existe na universidade desde a sua fundação, porém a partir de 2015 os cortes na educação ganharam proporções muito maiores, afetando serviços básicos dentro da universidade.

No campus Bagé, nos dias 18 e 19 de maio, aconteceram em dois turnos aulões no hall de entrada do campus Bagé, com a intenção de esclarecer a gravidade da situação para todos os estudantes e ainda decidir sobre os rumos do movimento. Representantes de vários segmentos foram ouvidos. A grande maioria dos presentes se mostrou contra as demissões e a favor das ocupações.

Movimento Estudantil

Na última segunda-feira, a Reitoria foi ocupada por estudantes do Campus Bagé, e diversos cartazes com reivindicações foram espalhados pelo prédio. Até o momento aproximadamente 30 estudantes de engenharias e licenciaturas ocupam o espaço. Durante a ocupação serão realizadas oficinas, atividades culturais e aulas públicas. O objetivo é proporcionar momentos para sensibilização da comunidade sobre os efeitos do corte na educação. E também possam dar mais visibilidade e buscar o apoio da comunidade externa, discentes, docentes, terceirizados e técnicos da UNIPAMPA. Na OCUPAMPA- Reitoria, página oficial de ocupação da Reitoria no facebook, informações são atualizadas diariamente, mostrando registros do andamento da ocupação.

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Segundo a discente Gabriela Victoria Jardim, acadêmica de Enologia em Dom Pedrito, no seu campus os alunos mostraram-se contra os cortes e favoráveis às manifestações. Mas a estudante acredita que nem todos tenham consciência da gravidade dos fatos.

“Muitos são contra a ocupação, pelo fato do atraso de aulas e alguns acreditam que não resolverá esse tipo de manifestação, não entendem que a universidade da maneira como está corre o risco de fechar e que não podemos nos acomodar com algumas atividades já inviabilizadas, nos prejudicando, além é claro do corte desumano previsto aos terceirizados”, afirmou a estudante.

UNIPAMPA

Sobre a precarização do ensino a estudante reitera a importância do ensino público de qualidade. “A precarização no ensino público acarretará um futuro cinza. Ao invés de incentivar o conhecimento, você o inviabiliza? O medo é de que este sucateamento leve à privatização do ensino no país’’.

O acadêmico Fábio Zacouteguy Ugalde, que estuda Ciência e Tecnologia de Alimentos em Itaqui, as manifestações são de extrema importância para evitar um sucateamento ainda maior da estrutura e chama a atenção para os demais programas que foram prejudicados com o corte de recursos. “Muitos programas que foram prejudicados com o corte de recursos. “Muitos programas já foram prejudicados, tais como: Mais Educação, Ciência sem Fronteiras, com cancelamentos e atrasos nas verbas. Acho que o posicionamento dos campi da Unipampa é de extrema importância, já que movimenta e desenvolve o conhecimento científico da metade sul do país”, afirma o estudante.

Posição da universidade

Em nota divulgada na semana passada, a universidade repudiou os cortes orçamentários que ameaçam a educação de qualidade pública e gratuita oferecida pela instituição e manifestou apoio ao movimento da comunidade acadêmica. Ainda, repudiou os atos de violência aos estudantes que estavam em manifestação na BR-392 em Caçapava do Sul e ressaltou a importância do apoio da comunidade docente. Em assembleia do sindicato dos professores, em 23 de maio, foi agendada reunião multicampi por vídeoconferência para a próxima terça (31), às 17h..

Na ultima segunda dia 23 o Reitor, Marco Antonio Fontoura Hansen, participou em Brasília de reuniões sobre o orçamento da universidade e conseguiu pequena ampliação dos recursos, que como o Reitor salienta são insuficientes para suprir as necessidades. A Reitoria da Unipampa segue buscando apoio dos diversos segmentos da sociedade, especialmente dos parlamentares gaúchos em Brasília e no Estado.

 

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