Ano 12 Nº 035/2024 – Precisamos falar sobre o clima, urgentemente!
Para escrever este texto, começo relembrando esta canção que as minhas professoras da educação infantil trabalhavam comigo e com os meus colegas da época:
LIXO
Jogue o lixo no lixo
Não jogue nada no chão
Vamos deixar esta escola
Brilhando com esta canção
Papel de bala
Ponta de lápis
Pó de borracha
Não jogue nada no chão!
Casca de fruta
Restos de lanches
Lenço de papel
Não jogue nada no chão!
Jogue o lixo no lixo
Não jogue nada no chão
Vamos deixar esta escola
Brilhando com esta canção
Copo descartável
Goma de mascar
Papel amassado
Não jogue nada no chão
Casca de fruta
Restos de lanches
Lenço de papel
Não jogue nada no chão!
Lembro-me que de quando as minhas professoras trabalhavam com esta música elas refletiam sobre o aquecimento global, falavam sobre o derretimento das geleiras, sobre as queimadas nas matas ou florestas, falavam dos grandes furacões, terremotos e ciclones, e sobre a importância de reciclarmos o lixo e fazermos a separação correta dos dejetos. Além disso, elas falavam que a previsão para sentirmos os efeitos do aquecimento global era para daqui a 50 anos (isso naquele tempo, início dos anos 2000).
Porém, o que percebemos nos dias atuais é que o aquecimento global está se adiantando e cumprindo as previsões que os especialistas estavam prevendo para que o mundo sentisse os efeitos climáticos.
Podemos observar que esses efeitos climáticos estão aparecendo ano após ano, como o derretimento das geleiras que ocasionam um aumento no volume das águas dos oceanos e no aquecimento delas, prejudicando assim os animais que vivem nestes ambientes.
Um dos outros efeitos são as altas temperaturas e queimadas, em que:
[os] cientistas de 195 países afirmam que o aumento da temperatura global de 1,1°C que vivemos hoje causa perdas e danos, especialmente às populações em situação de vulnerabilidade. Chegamos a um patamar em que a crise do clima provoca consequências cada vez mais irreversíveis. Faz-se necessária a mudança do sistema socioeconômico para evitar o agravamento dos eventos extremos, e cada 0,1°C a mais conta.
(ALVES, 2022, s.p).
Portanto, com base nos estudos citados acima, podemos constatar que esses aumentos de temperaturas resultam em grandes escassez de água, prejudicando quem vive e trabalha no campo. E também prejudica a saúde da população que vem sofrendo com as temperaturas, gerando inúmeros de casos de saúde como aumento doenças cardiovasculares, tonturas, doenças respiratórias, desidratação, irritação na garganta, tonturas, vômitos, pele ressecada, coceira nos olhos, dores de cabeça, desmaio, dentre outros problemas.
Assim sendo, podemos mencionar a onda de calor que aconteceu durante o show de Taylor Swift no Rio de Janeiro (17/11/2023), em que as temperaturas registravam cerca de 40°C e a sensação térmica era de aproximadamente 60°C. Nesse show, teve o caso da fã da cantora que teve uma parada cardíaca e faleceu durante o espetáculo, porém, vale ressaltar que a causa da sua morte não foi confirmada se foi por conta do calor, mas fãs registraram que a cantora americana solicitava à sua equipe que distribuísse água para o público.
Um dos outros efeitos climáticos são as grandes catástrofes naturais, como: a torrencial chuva que caiu em Emirados dos Árabes Unidos, que é uma região desértica e não costuma chover tanto, mas a grande chuva atingiu em 24h mais de 250 mililitros de água; Não tão distante de nós aqui no Brasil, presenciamos também as grandes chuvas no estado da Bahia (2022) que segundo Guitarrara (2024) no seu artigo “Enchentes no Brasil”, “175 cidades foram atingidas por fortes chuvas e enchentes de grandes proporções, decretando-se estado de emergência. O número de desabrigados foi de mais de 27 mil pessoas, além de 153 feridos e 26 mortos”; em Minas Gerais (2020), a mesma autora aponta que “256 municípios em situação de emergência e vitimaram diretamente 74 pessoas, além de 53 mil entre desabrigados e feridos”; na região Serrana do Rio de Janeiro (2011), que segundo Durães deixou mais de “900 mortos em quatro cidades e pelo menos 35 mil desabrigados”; Em Santa Catarina (2008) a autora aponta que “60 municípios do estado de Santa Catarina, na região Sul do Brasil, foram atingidos por enchentes e deslizamentos de terras. O número de pessoas desalojadas chegou a 80 mil, além de 150 vítimas fatais”. E neste ano (2024)
[..] um grande volume de chuvas atingiu centenas de cidades do Rio Grande do Sul, causando [o] maior desastre ambiental da história do estado. Ocorreram enchentes em diversos rios, provocando inundações. Segundo a Defesa Civil do estado, foram mais de 2 milhões de pessoas afetadas em mais de 440 cidades. Dos dias 30 de abril a 13 de maio, foram contabilizadas [até o momento da finalização deste texto 176] mortes. Milhares de pessoas ficaram sem abrigo e desalojadas. O nível do lago Guaíba ultrapassou a marca dos 5 metros e causou a pior enchente já registrada em Porto Alegre, superando os 4,77 metros da enchente histórica na capital gaúcha, de 1941.
(Guitarrara, [s.p], 2024).
Bom, meu caro leitor ou minha cara leitora, diante desses números é muito triste recordarmos e ainda vermos pelos noticiários que muitos dos que sobreviveram em meio dessas enchentes tiveram que sair das suas casas somente com a roupa do corpo e contando com a própria sorte para não serem levados pelas enxurradas, mas também, infelizmente, muitos perderam algum parente, ente querido e até mesmo o seu animal de estimação.
E o que podemos fazer para amenizar um pouco esses efeitos climáticos?
Acredito que o primeiro passo seria a conscientização da população, para que tenham o hábito de jogar o lixo no lixo, para não jogar nada no chão, para deixarmos as escolas, as ruas, os rios, as praças etc. brilhando para esta geração e para as próximas que estão por vir.
Além disso, aproveito este espaço para lembrarmos que este ano temos eleições municipais para escolhermos os/as nossos/as representantes, e a pauta sobre o meio ambiente tem que ser discutida nos debates políticos e nas propostas de governo. E que os países de primeiro mundo, principalmente os desenvolvidos têm que se atentar com as causas ambientais e para pensar em soluções para amenizar os problemas climáticos. Por fim, vale alertar a população para que tome cuidado com os discursos negacionistas, que tentam justificar as catástrofes como se fosse uma fúria de Deus, mas podemos ver que através dessas tragédias podemos ver que o aquecimento global é uma realidade, e que todas essas mudanças climáticas reforçam que o aquecimento global existe e está cada vez mais próximo de nós, e que precisamos nos conscientizarmos o quanto antes.
DA, C. N. N. O que se sabe sobre a morte da jovem de 23 anos durante show de Taylor Swift no Rio. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/o-que-se-sabe-sobre-a-morte-da-jovem-de-23-anos-durante-show-de-taylor-swift-no-rio/>. Acesso em: 8 jul. 2024.
Dia Nacional da conscientização das mudanças climáticas. Disponível em: <https://www.savecerrado.org/dia-nacional-da-conscientizacao-das-mudancas-climaticas/?gad_source=1&gclid=Cj0KCQjw0_WyBhDMARIsAL1Vz8sAnkM3EBvS2_niDqlcsZy_gdL1ANxnvbQmSDhlXP_U1w9MG66G-MoaAn7qEALw_wcB>. Acesso em: 8 jul. 2024.
Enchentes no Brasil: causas e consequências. , 5 mar. 2013a. . Acesso em: 8 jul. 2024
Enchentes no Brasil: causas e consequências. , 5 mar. 2013b. . Acesso em: 8 jul. 2024
Relatório IPCC: a crise do clima já apresenta consequências irreversíveis. Disponível em: <https://www.greenpeace.org/brasil/blog/relatorio-ipcc-a-crise-do-clima-ja-apresenta-consequencias-irreversiveis/?appeal=21057&utm_source=google&utm_medium=paid&utm_campaign=clima&utm_content=aq_20230208_grants&utm_term=aquecimento%20global&utm_campaign=&utm_source=adwords&utm_medium=ppc&hsa_acc=7235609613&hsa_cam=19664562138&hsa_grp=145606241883&hsa_ad=647783087274&hsa_src=g&hsa_tgt=kwd-306546575&hsa_kw=aquecimento%20global&hsa_mt=b&hsa_net=adwords&hsa_ver=3&gad_source=1&gclid=Cj0KCQjw0_WyBhDMARIsAL1Vz8ssoTi1YxGSP9HEBL61lopUTP3u4F5VHg3GV5Vu6NFfPqxRbg0xNuoaAtPdEALw_wcB>. Acesso em: 8 jul. 2024.
Tragédia do RS entra para as maiores do Brasil: relembre principais desastres causados pelas chuvas. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/sos-rio-grande-do-sul/noticia/2024/05/09/tragedia-do-rs-entra-para-as-maiores-do-brasil-relembre-principais-desastres-causados-pelas-chuvas.ghtml>. Acesso em: 8 jul. 2024.
Arthur Teixeira Ernesto
Graduado no curso de Letras Português e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pampa – Campus Bagé/RS. Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Línguas (PPGEL) – Mestrado Profissional em Ensino de Línguas (MPEL) pela Universidade Federal do Pampa – Unipampa Campus Bagé/RS. Membro/pesquisador no Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas Oliveira Silveira – Neabi Oliveira Silveira. Integrante do Centro de Escrita da Unipampa – CEU. Membro do Núcleo de Estudos em Inclusão – NEI.