Ano 09 nº 108/2021 – VACINAS

Por Priscila Carrazoni dos Santos*

Sandra Gularte Paiva** 

Silvia Dias*** 

vacina      Lembram dele?  O Zé Gotinha!!!

      As vacinas NÃO são só em gotas e NÃO são só para as crianças! 

     Você sabia que a palavra VACINA tem origem do Latim VACCINUS, que significa “derivado de vaca”?

Historicamente, as vacinas foram criadas para promover uma proteção contra as doenças, os agentes infecciosos, as bactérias e os fungos nocivos à saúde. As vacinas são substâncias biológicas que ativam o sistema imunológico com a finalidade de proteção e reconhecimento destes agentes. 

As vacinas podem ser atenuadas ou inativadas. As atenuadas carregam os vírus ou bactérias mortas; já as inativadas contêm fragmentos ou componentes destes agentes enfraquecidos que são capazes de serem reconhecidos pelo nosso sistema imunológico e  

incapazes de trazer malefícios em comparação com o agente agressor vivo. As vacinas podem ser aplicadas por meio de injeção ou por via oral, conferindo uma imunidade à pessoa vacinada.

A vacina produz anticorpos que impedem o desenvolvimento de doenças ou o agravamento do quadro infeccioso.

Historicamente, as primeiras versões atenuadas são registradas no século X, onde os chineses trituravam as cascas das feridas que causavam a doença e depois de trituradas eles assopravam essas cascas no rosto das pessoas, assim elas inalavam as partículas menores e tinham, dessa forma, um primeiro contato com esse agente agressor.

Edward Jenner, médico e cientista Inglês, em 1798, observou que as mulheres camponesas que trabalhavam com a ordenha das vacas não contraíam a varíola humana ou apenas tinham sintomas mais atenuados da doença. Jenner, então, fez uma experiência com um menino de 8 anos. Inoculou pus extraído das bolhas das mãos de uma dessas camponesas que havia adquirido a varíola bovina, através do contato com gado. O menino teve um pouco de febre e algumas lesões, sendo a infecção causada pela varíola de forma incompleta e uma recuperação rápida. A partir daí, Jenner pegou o líquido da ferida de outro paciente com varíola humana e novamente expôs o garoto a esse material. Semanas depois, a criança não havia desenvolvido a doença. Assim, surgiu a imunização contra essa terrível doença, a varíola humana e surgiu então a palavra vacina, que derivou do latim vaccinus, que significa derivado de vaca, devido a maneira como o médico Edward Jenner descobriu a imunização contra a varíola.

Louis Pasteur, cientista Francês, desenvolveu em 1881 a segunda geração de vacinas, voltadas para combater a cólera aviária e o carbúnculo ou Antraz (que é uma doença infecto-contagiosa, de origem animal, causada pela bactéria Bacillus anthracis, que pode atingir a pele, os pulmões ou o trato digestivo).  Desde então, as vacinas começaram a ser produzidas em massa e se tornaram um dos principais elementos de combate às doenças no mundo.

No Brasil, há relatos de que a primeira vacina foi introduzida no país, com a técnica Jenneriana, mais precisamente na Bahia, em 1804, pelo Marechal Felisberto Caldeiras Brant Pontes de Oliveira Horta, depois, Marquês de Barbacena, sendo ele também o primeiro brasileiro a ser imunizado. Em 1094, o médico brasileiro, sanitarista, e, infectologista pioneiro no Brasil, Oswaldo Cruz, contribuiu, de forma contundente, com a imunização no Brasil.

Atualmente, a produção das vacinas ocorre por meio dos laboratórios nacionais, internacionais ou por institutos especializados ligados ao poder público, como o Instituto Butantã (do governo do estado de São Paulo) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz, instituição nacional, localizada no estado do Rio de Janeiro) e a imunização é feita por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), criado em 1973 e é ele o responsável pela distribuição de vacinas em todo país, por meio do Sistema Único de Saúde-SUS.

A CGPNI (Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde), coordena quais vacinas serão produzidas e como serão distribuídas, considerando para isso a incidência de determinada doença, quais agentes estão envolvidos e qual a capacidade dos laboratórios de produzirem as vacinas. 

É indubitável que a vacinação é um dos maiores avanços já desenvolvidos no âmbito científico. Diante disso, vê-se que a importância dessa tecnologia está diretamente ligada com a erradicação de várias doenças, como o Sarampo, o Tétano neonatal, além de manutenção da erradicação da Poliomielite, causada pelo Poliovírus, entre outras. 

Ademais, mais de 25 diferentes tipos de vacinas são distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde, por ano, entre elas a vacina contra tuberculose (BCG), poliomielite, difteria, tétano, coqueluche, meningite, sarampo, rubéola, caxumba, catapora, hepatite B, febre amarela, HPV, influenza, pneumonia, Covid-19, entre outras, com aproximadamente 300 milhões de doses distribuídas entre as 38 mil salas de vacinação em todo o país. Em vista disso, torna-se notório o tamanho e força do Programa Nacional de Imunizações (PNI) que ajuda o Brasil a superar os desafios da saúde pública e ainda ser reconhecido pelo mundo inteiro pelo seu sucesso frente ao enfrentamento de doenças. Vale ressaltar que é indispensável a cooperação da população para que essa erradicação seja possível, uma vez que é o indivíduo quem é o responsável por visitar periodicamente as Estratégias da Saúde da Família-ESF para receber a sua dose de vacina. 

Em referência a isso, no dia 17 DE OUTUBRO é comemorado o DIA NACIONAL DA VACINAÇÃO, data criada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de exaltar a importância da vacinação na erradicação, controle e prevenção de doenças.

Finalmente, infere-se que os meios estruturais do Sistema Único de Saúde (SUS) auxiliam de modo significativo no enfrentamento dos desafios da saúde no Brasil há mais de 40 anos. Outrossim, a experiência desse sistema é indispensável para o combate da pandemia do Covid-19. 

*Discente 9° semestre de Fisioterapia-Campus Uruguaiana

Email: priscilacarrazoni.aluno@unipampa.edu.br

**Discente 10° semestre de Fisioterapia-Campus Uruguaiana

Email: sandrapaiva.aluno@unipampa.edu.br

*** Docente do curso de Fisioterapia-Campus Uruguaiana

Email: silviadias@unipampa.edu.br

          Referencias:

https://www.bio.fiouz.br/index.php/br/noticias/1263-vacinas-as-origens-a-importancia-e-os-novos-debates-sobre-seuuso?showall=1&limitstart

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cart_vac.pdf https://www.scielo.br/j/jped/a/ZjQy9DgV5tmcLqxk3YsS5Vf/?format=pdf&lang=pt

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