Riot

Mariana Dutra

Riot girls (ou riot girrrl) foi um movimento social e musical surgido nos anos 90. O termo é a união das palavras Riot=Revolta e Girl=Garota, ou da onomatopéia Grrrl. Unindo fanzines e bandas, o movimento surgiu da necessidade de expandir o feminismo, na época dado como morto, e espalhá-lo até territórios extremamente misóginos e machistas, como cenário do rock, mais especificamente o punk. A ideia era incentivar as mulheres a reivindicar os seus direitos.

O termo apareceu pela primeira vez em um fanzine feminista criado por Allisson Wolf, vocalista da banda Bratmobile. A publicação tocava em pontos estratégicos da cena punk. Logo diversas bandas surgiram e começaram a ter visibilidade como Bikini Kill, Tribe 8, Babes In Toyland e 7 Year Bitch. Logo a música se tornou a principal forma de divulgação e protesto.

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Manifesto Riot Girl, fonte: www.ansia2.blogspot.com

Com um instrumental pesado e letras nada “agradáveis” a banda Bikini Kill ficou conhecida por  seus shows polêmicos. A vocalista do grupo, Kathleen Hanna, ficou conhecida por chamar as mulheres para ocuparem os lugares em frente do palco em suas apresentações, o que ficou conhecido como All girls to the front! E distribuir um folheto com as letras das músicas. Assim, as mulheres presentes poderiam curtir o show de forma segura, evitando a conhecida roda punk. Quando Molly Neuman, baterista da Bratmobile, foi indagada sobre as atitudes das bandas e sobre pregar uma possível superioridade feminina, ela esclareceu “We’re not anti-boy, we’re pro-girl.” (“Nós não somos anti-garotos, nós somos pró-garotas.”).

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Bikini Kill

(Fonte: www.thecouchsessions.com)

No Brasil, o movimento contou com diversos zines como  Menstrual Attack, que pretendia apoiar bandas “femininas e feministas”. Já o Bendita Zine tinha como proposta mostrar casos reais de violência contra mulher. Na parte musical diversa bandas tiveram destaque como a banda Dominatrix (ativa até hoje) e a banda Bulimia, que se dissolveu em meados dos anos 90.

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Dominatrix.

(Fonte: revistaogrito.ne10.uol.com.br)

Girl Power e o Legado das Riots

O termo Girl Power foi usado pela primeira vez no zine Riot, como um incentivo às mulheres superarem os abusos e violência sofridos. Logo o termo foi popularizado no mainstream. E ganhou uma visibilidade maior quando o grupo pop, Spice Girls, utilizou o termo como um incentivo a amizade feminina e a auto-aceitação.

Mesmo tendo sido um movimento rápido o Riot Girls ainda influencia diversas meninas que desejam formar grupos e utilizar a música para falar de suas realidades. No cenário musical atual se fala muito em empoderamento feminino, mas até pouco tempo atrás eram poucas as cantoras que ousavam tocar nos pontos críticos da sociedade e falar de feminismo abertamente. Mas a situação está mudando, diversas cantoras pop estão usando sua visibilidade para questionar e mostrar que no fundo somos todas Riot girls.

                                                                                                                                        

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