Poema perdido

image2

(Foto: Junko Iwamoto, minha esposa)

 

 Por Fabio Kerouac

 

busco um poema alegre

um poema triste me deixa triste

ele pode ser do dia anterior se estiver feliz,

hoje e sempre…

e que ele esqueça quem o fez infeliz…

 

busco um poema pela manhã,

no meu pior momento,

naquele em que ainda não escovei os dentes,

não lavei o rosto e nem fiz o café…

 

busco versos de um poema ao despertar,

catando aqui e acolá pedaços de mim,

para gravá-lo e montá-lo,

ainda que eu tenha uma voz rouca e uma mão trêmula,

ainda que esses versos não queiram ser encontrados…

 

busco o poema perdido em mim,

em algum momento da minha vida esquecido na gaveta

deixado para o dia seguinte à bebedeira

e que até hoje não encontrei…

 

 

Autobiografia

Sou Fábio Kerouac, tenho 53 anos de idade e 28 anos de poesia, falada e escrita, mas falada do que escrita…

Tenho publicado os livros Versos de Amor (em co-autoria com Jorge Bastiani e Renato Meneses) – 1996, Versos Colhidos no Orvalho – 2003, Ein Brasilianischer Dichter in Hamburg/Um Poeta Brasileiro em Hamburgo – 2010, todos de poesia. 

Em 2015 lancei meu primeiro livro de prosa, O Cuidador de Velhinhos Alemães, que conta o dia a dia de uma casa de idosos na Alemanha onde fiz um estágio. Em 2017 lancei o meu segundo livro de prosa: João, O Homo Feliz, que conta um pouco da vida do piauiense, natural de Teresina, Joaquim Rodrigues, dançarino e professor de dança em Hamburgo, cidade na qual ele participou em 2001 da segunda cerimônia homoafetiva na Alemanha (a primeira foi no mesmo dia na cidade de Hannover). 

Em 1997 fui incluído no livro Safra/90, que apresentava os novos poetas deu Estado do Maranhão daquela época. Detalhe: eu nasci em Guadalupe e passei minha infância em Floriano. Como intérprete de poesias, declamei poemas de Ferreira Gullar, Fernando Pessoa, Mário Quintana, Pablo Neruda, Nauro Machado, Luís Augusto Cassas, Manoel de Barros, entre outros – em bares, em teatro, em universidades, em praças e no banheiro.

Em Caxias (Ma), onde tudo começou, ou seja, a vida de poeta, fui dublê de jornalista para manter a vida poética. Por causa de uma „louca vida louca“ de poesia não concluí um curso de História e só fiz um semestre de Propaganda e Advertising, pois sempre tive um compromisso selvagem e espontâneo com a vida.

Moro em Hamburgo (Alemanha) há 15 anos, onde trabalho como cuidador de idosos. 

Sou casado há 14 anos com a japonesa Junko Iwamoto.

Deixe seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Junipampa