Ano 10 nº 050/2022 – Os EUA a terra da liberdade – mas para quem?

Por Kelly Nguyen

Aviso:  Este artigo pode ser um tema sensível para alguns, mas ainda acho importante falar sobre isso e abrir um diálogo. 

O dia 4 de julho é o dia da independência nos EUA. O Dia da Independência é uma celebração da “liberdade”. Um dia cheio de BBQ, fogos de artifício e vermelho, branco e azul. Mas a realidade é mais distante porque nem todos nos EUA compartilham a “independência” que comemoramos neste dia. 

Em 24 de junho, a Suprema Corte dos EUA derrubou Roe v. Wade. O caso de Roe v. Wade (1973) foi um caso em que reconheceu o direito da pessoas que podem engravidar ao aborto. Em outras palavras, era protegido pelo governo federal para dar às pessoas uma escolha. É um grande debate porque as pessoas, especialmente as conservadoras, acreditam que o aborto é moral e eticamente errado. No entanto, infelizmente, os conservadores estão lutando pelo direito de não dar às pessoas uma escolha, mas também são o grupo que não quer apoiar programas sociais para ajudar a cuidar de crianças ou comunidades mais pobres e marginalizadas. Então desde que Roe v. Wade foi derrubado, a nação começou a criticar como as opiniões impopulares da minoria podem oprimir a maioria. 

O que eu e os americanos estamos comemorando agora? Cinquenta anos de precedentes legais desapareceram. Uma maioria conservadora da Suprema Corte – criada por um homem eleito por uma minoria de votos – tirou os direitos de milhões de americanos e deixou claro que outros direitos podem ser os próximos. Parece regressivo celebrar a independência do país quando as instituições políticas falham – especialmente aquelas de nós que podem engravidar. É importante mencionar que não são apenas os direitos das mulheres, mas todas as pessoas que podem engravidar. 

Para mim, esse tema é muito difícil para falar com outros porque as pessoas podem ficar muito intensas sobre suas opiniões. Então prefiro usar esse tempo para refletir e focar de novo em como restaurar os direitos que estão em risco. Seja apoiando organizações financeiramente, amplificando outras vozes ou participando de grupos para ajudar a mobilizar votos, todos têm um papel de proteger os direitos no seu próprio país. Já que as eleições brasileiras são este ano, espero também que você aproveite este artigo e encontre inspiração para defender os direitos de tod@s. 

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