Ano 09 nº 105/2021 – Como já dizia uma velha conhecida dos livros: “There’s no place like home”

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Por Maria Augusta Tellechea Alves

Como já dizia uma velha conhecida dos livros: “There’s no place like home

Acordei com muitas memórias na cabeça, então resolvi desabafar nesse texto, para refletir sobre o tempo, visto que crescer não é fácil, não é mesmo?. 

Esses tempos tive a oportunidade de visitar minha família e amigos antigos na minha cidade natal, e não existe nada que comprove mais a passagem do tempo como sentar e conversar sobre situações que vivemos no passado, percebendo que já aconteceram há 8, 10 ou até 12 anos. Como já dizia Dorothy, uma velha conhecida dos livros: “There’s no place like home” e ela não poderia estar mais certa.

Quando eu era mais nova, via a minha avó falando sobre o passado, lembrando das histórias dela e achava uma chatice. Pensava: mas será que não cansa contar sempre as mesmas histórias? Hoje paro e escuto com mais carinho, porque não só gosto de ouvir, como também gosto de contar, e detalhe, conto sempre as mesmas, as que mais me marcaram ou que a memória me permite lembrar – sim, porque relembrando histórias percebi também que minha memória não é tão boa como eu pensava.

Acho que a idade nos traz responsabilidades chatas da vida de adulto. Quem nunca se perguntou como fazia pra voltar pro útero da mãe, não é mesmo? Não? Ninguém? Ao mesmo tempo, sinto que a idade me trouxe uma certa urgência de dar e receber amor, carinho e atenção, e isso é uma coisa boa. Percebemos que o tempo é curto, que a vida passa e que os anos vêm e vão com uma rapidez assustadora, quando somos adolescentes não percebemos a rapidez da vida, achamos que sempre teremos mais tempo, muitos anos ainda para realizar nossas vontades, e ansiamos pelos 15, 18 ou 24 anos para ter nossa liberdade, poder fazer o que quisermos, morar longe dos pais. Mas a realidade é sempre pior que a expectativa. Morando sozinhos, não temos mais almoço pronto na mesa de domingo, não temos roupa que se lava milagrosamente, não temos as mínimas mordomias que nem sabíamos que gostávamos. Se nos esquecermos de comprar shampoo, vamos ter que lavar o cabelo com sabonete, ou quem sabe nem lavar; se esquecermos do papel higiênico vamos ter que recorrer aos guardanapos (quando tem).

A infância foi uma das melhores fases da minha vida, tenho lembranças maravilhosas. Mas tenho que admitir que a vida adulta, apesar de todos os contratempos que encontro (capricornianos não sabem lidar com imprevistos), não é tão ruim assim. Sei de coisas hoje que só poderia ter aprendido com o tempo – esse mesmo, o danado que originou o texto, e não abriria mão desses aprendizados. 

*Esse texto foi escrito por uma adulta de 30 anos que está longe de casa e dos pais, mas que se torna uma adolescente de 15 quando retorna pro aconchego de casa ou quando está doente.

*Já esqueci de comprar shampoo e papel higiênico inúmeras vezes.

*Dica de música para quem está com saudade de casa: 93 Million Miles -Jason Mraz 

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Fonte dos GIIFS: https://giphy.com/explore/theres-no-place-like-home 

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