Ano 08 nº 172/2020 – Co-LAB-orar/ Coluna Giuliana Bruni
Por Giuliana Bruni
Hoje estreio como colunista do Junipampa. E espero te ver por aqui mais vezes para dialogarmos sobre esse emaranhado que é a vida, cheia de novidades, aprendizados e surpresas.
Em 2015, fui apresentada à professora Clara Dornelles que idealizou e coordena o projeto de extensão LAB – Laboratório de Leitura e Produção Textual, do qual o Jornal Universitário do Pampa – Junipampa – faz parte.
Como uma rede que se interliga e faz diversas conexões, passei a participar do LAB com timidez de quem está observando e entendendo os contextos.
Foi no LAB que ministrei minhas primeiras oficinas de Escrita. Na época, eu falava sobre meu Trabalho de Conclusão de Curso da graduação em Jornalismo, que teve como tema “Jornalismo Literário na Contemporaneidade”. Também dei uma oficina aos integrantes do LAB sobre Jornalismo Digital.
Sem imaginar, outras produções surgiriam neste trajeto que passei a trilhar, como foi o caso da revista Diálogos Culturais, que organizei e produzi junto à querida amiga, que é licenciada em Letras, Mariane Rocha, em que contamos as atividades desenvolvidas pelo LAB ao longo de 2015.
A viagem à Aldeia Alvorecer – ou Tekoá Koenju – em São Miguel das Missões, possibilitou para além da produção de reportagens e fotografias, mas a experiência, mesmo que passageira, de conhecer uma aldeia e seus integrantes, de perto.
Outras viagens realizadas junto à turma do LAB foram às cidades fronteiriças: Jaguarão, município gaúcho que faz fronteira com Rio Branco, no Uruguai, separados – ou unidos? – por uma ponte, e Aceguá, também situada no Rio Grande do Sul, que tem fronteira seca com o Uruguai, com cidade de mesmo nome. O grupo de teatro VagaMundo apresentou o espetáculo Banana com Canela nessas duas cidades.
Depois foi a vez da palhaçaria feminina se apresentar no Instituto Federal Sul Rio-grandense. O grupo Candeia, composto pelas atrizes Júlia Zulke e Carolina Reichert, realizaram o espetáculo Cabaré Lange-Ri.
Cada passo, movimento e ação fizeram parte de um todo que se sincronizava a novos aprendizados e a produções, sejam jornalísticas, literárias ou apenas “observatórias” de uma aprendiz que está sempre em processos de.
Para além das amizades, laços e “gerações” (turmas) que são criadas no LAB, o que mais admiro é a valorização da produção autoral. A autoria do texto, da fotografia, do vídeo, da expressão das ideias, da liberdade de ser e mostrar a(o) criativa(o) que há em cada um(a).
Assim, um novo ponto de vista se revela aos(às) estudantes, professores(as) e profissionais de diversas áreas que passam a se enxergar como narradores(as) das próprias histórias.
É um novelo com muitas linhas, uma rede com conexões, um filtro dos sonhos que capta o melhor de cada um(a).
Difícil (ou impossível) narrar as todas experiências vividas com o LAB, mas, no meio disso tudo, produzi o documentário “LAB e Junipampa: quando a escrita encontra vida”, que está dividido em 2 partes. O audiovisual traz a tentativa de contar essa história com tantos personagens, vivências, estudos, aprendizagens e produções.
O LAB está para além do LAB, porque deixa rastros e autores(as) por onde passa. O LAB nos ensina a coLABorar, a sermos grupo, turma, comunidade e sociedade. A buscarmos mais nossa própria palavra, imagem, expressão ou som. E, assim, aprendemos também a experienciar outras culturas com olhar sensível e a relatar com empatia estes lugares outros.
Te convido a assistir o documentário:
Um abraço.
Até mais, Giu.
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Giuliana dos Santos Bruni é jornalista, radialista e especialista em Educação e Diversidade Cultural. Amante da literatura e do cinema. Acredita na força da palavra, na poesia da vida e sempre tem mais perguntas que respostas.