Carta aberta para reivindicar melhorias para o ensino médio integral no RS

Por Ágata Oliveira Motta

Referência da imagem: Freepik

Em nome dos alunos da comunidade escolar do ensino médio integral de Jaguarão-RS, elaboramos esta carta aberta para mostrar alguns dos problemas que enfrentamos no dia a dia e propor algumas ideias para reivindicar a melhoria do nosso ensino médio integral.

Um dos maiores problemas que vivenciamos em nosso cotidiano é a falta de estrutura da nossa escola para o ensino médio integral, como a falta de verba tanto para o custeio, que é o valor destinado para a manutenção, quanto para o capital da escola, que é o valor destinado para os investimentos. Nos reunimos para discutir sobre isso.

A direção especificou que a verba vem dividida em três partes: Manutenção, que em média vem apenas R$2.632,60 por mês que são  utilizados  para o monitoramento, limpeza e recursos escolares; Para o capital, que são investimentos, vem apenas R$1.128,13  que servem na troca de equipamentos como: computadores, freezers e impressoras; Além disso, para merenda escolar a verba sofre alterações de acordo com a quantidade de alunos que frequentam o ensino médio integral. Para cada aluno a escola recebe em torno de R$0,50 por refeição diária. Assim, se a escola tiver poucos alunos a taxa do valor cai drasticamente.

De acordo com a direção, o integral é implantado em escolas mais vulneráveis, pois alguns dos jovens sofrem com instabilidade financeira, o que acarreta a falta de alimentos em suas casas e precisam de alimentação escolar. Também há muitos jovens que evadem as escolas e acabam por se envolver com ilegalidades. O ensino integral tem como um dos objetivos acolher os jovens para que não fiquem nas ruas.

Mas por que o ensino integral ainda segue sendo um dos maiores motivos de evasão escolar? Simples, está sendo motivo de evasão justamente pela falta de estrutura, o que é contraditório já que ele é implantado em escolas mais vulneráveis.

O governo de Eduardo Leite, de acordo com o site de notícias Gauchazh, relata que “A promessa de Leite é passar ao modelo de tempo integral metade das escolas estaduais de Ensino Médio. Em números significa saltar das 18 para 550 em quatro anos.” Acreditamos que implementar todas essas escolas em apenas quatro anos seria impossível, já que, as escolas que foram implementadas em período integral estão em estado de precarização, logo o atual governador do estado deveria focar em aumentar a verba de escolas que já estão com o atual modelo.

Por isso, reivindicamos ao estado o aumento da verba de todas as escolas que já estão com este modelo, para que assim as escolas de ensino médio integral possam realmente acolher os jovens que passam por instabilidade financeira, a fim de também evitar a evasão escolar. Nós, alunos, merecemos um ensino de qualidade, que desperte o interesse de todos! 

Jaguarão, 22 de junho de 2023, Ágata Oliveira Motta.

Ágata Oliveira Motta, aluna da E.E.E.M Hermes Pintos Affonso, turno integral. Turma: 3A

Realizei meu Estágio de Docência para o Ensino Médio, etapa fundamental para formação em licenciatura em Letras, na Escola Estadual de Ensino Médio Hermes Pintos Affonso. Essa escola pública foi uma das primeiras do Rio Grande do Sul a adotar o Ensino Médio em Tempo Integral. Minha proposta didática se baseou no gênero textual carta aberta e o tema que guiou as nossas aulas de Língua Portuguesa foi “Ensino Integral -propostas de melhorias para a escola”. Como produto final os alunos escreveram e reescreveram cartas abertas reinvindicando melhores condições para o funcionamento adequado da sua escola. Para publicarem seus textos, os alunos escolheram o Web Jornal Junipampa, vinculado à Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). – Mariana Cavallari Fernandes, formada em Licenciatura em Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Jaguarão.

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