Até breve, Junipampa

Por Mariane Rocha

Queridas leitoras e leitores,

Chegamos ao fim da nossa trajetória pela poesia brasileira contemporânea. Explicando melhor: chegamos ao fim da coluna “A leitura do poema”, mas não chegamos nem perto de esgotar as múltiplas possibilidades que essa literatura nos oferece. No texto de abertura da coluna, eu prometi a vocês uma breve série de textos sobre poesia de autoria feminina e elenquei alguns nomes sobre os quais falaria. De lá para cá, contrariei minhas próprias palavras e selecionei uma poeta a cada mês, estando ela na lista inicial ou não, trapaceando na previsão e me divertindo com as escolhas de acordo com meu humor mensal (fica um pedido de desculpas à editora). Espero que vocês tenham se divertido tanto quanto eu.

Se essa coluna se encerra não é, como já disse, por falta de mulheres incríveis que escrevem poesia, que compartilham suas visões individuais sobre tudo, desde questões sociais e urgentes aos mínimos detalhes do cotidiano. Felizmente, todos os dias somos premiados com novos livros de poesia, com novas autoras estreando na lírica, com poemas que surgem nas revistas, nas redes, nas ruas. A coluna se encerra porque já nasceu com data para terminar: era um projeto-com-início-meio-e-fim, um passeio guiado para quem não sabia por onde iniciar seu percurso pelos versos da poesia ou para aqueles que não sabiam nem mesmo se queriam iniciar esse percurso (fica um agradecimento à editora por planejar esse projeto). Vocês, leitores, têm agora a carteira de habilitação permanente, a maioridade poética, estão prontos para seguirem o caminho sozinhos, traçarem seus próprios trajetos. Talvez essa seja a melhor parte de ser leitor, afinal, a liberdade infinita de escolhas.

Como um gesto final de despedida deixo aqui as últimas sugestões. Hoje não indico uma poeta, mas pessoas igualmente importantes para que essa coluna existisse, os curadores. Artistas que estão atentos ao cenário poético, lendo, pesquisando, divulgando. Eles compartilham todo esse trabalho conosco de formas diferentes, seja através de antologias poéticas, seja através das redes. Deixo aqui então três livros de poemas reunidos que eu acredito que valham a pena serem olhados:  

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A antologia “29 poetas hoje” (2021), organizada pela Heloísa Buarque de Hollanda.

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“É agora como nunca” (2017), antologia incompleta da poesia contemporânea brasileira, organizada por Adriana Calcanhoto. 

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“Rua Aribau” (2018), coletânea de poemas organizada por Alice Sant’anna. 

Até breve, Junipampa! Até breve, leitoras e leitores! 

Mariane Rocha é leitora desde que se conhece por gente. Graduada e mestra em Letras, atualmente é professora de literatura e língua portuguesa no IFSul, em Bagé. Estuda poesia contemporânea e suas articulações com fotografia e cinema no doutorado em Letras da UFPel.

 

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