Ano 12 Nº 002/2024 – Isso é só um joguinho…

Por Mario Garcia

A comunidade de modo geral sempre foi contra os videogames, dentre outras razões sempre eram apontados como “coisas desnecessárias, que só serviam pra tomar nosso tempo e atenção”, tempo esse que seria melhor empregado em outras atividades como estudo, trabalho ou qualquer outra coisa que nos fizesse ser “alguém na vida”, ao passo que também nos impõe uma “busca constante pela perfeição”, onde se tu não tira 10 em uma prova, tu é burro de não ter conseguido a nota máxima, onde se tu não tem um carro do ano/não tem um trabalho “bom”/não ganha quantias exorbitantes, tu não é ninguém, não é “importante”. Constantemente somos bombardeados por esse tipo de comentário, somos expostos a essa visão de que “não somos e nunca seremos nada na vida se não tivermos grana/posses”, comentários vindo de “conhecidos”, “amigos” ou “família” com a única e exclusiva função de nos fazer “continuar trabalhando duro”, e mesmo quando atingimos uma dessas metas, seja aquele 10 na prova, por exemplo, na maioria das vezes o que ouvimos é um “não fez mais que a tua obrigação”. Enquanto nos jogos (pelo menos nos que eu jogo), encontramos cenas assim, onde o personagem principal, por meio das tuas habilidades como jogador, constantemente enfrenta e supera desafios, que com o desenrolar da história vão se mostrando cada vez mais complexos. Enquanto “no mundo real”, tu é só um “zé-ninguém crianção” que prefere jogar ao fazer “coisas de adulto”, já no Monster Hunter Rise, por exemplo, tu é o herói que salvou um vilarejo inteiro de ser destruído por um monstro, e que foi pouco a pouco enchendo os corações dessas pessoas de esperança, força e coragem. Tu não precisa de grana “pra ser alguém”, tu não precisa ter tirado 10 em cada prova da tua vida acadêmica pra ser inteligente, pra falar a verdade, tu não precisa nem mesmo ser bom no jogo pra ser tratado assim. O que eu quero dizer com isso é que enquanto a sociedade te pressiona pra ser o mais rico, o mais inteligente, o mais sarado, o “mais mais dos mais” e te dá um “não fez mais que a tua obrigação” como recompensa por atingir uma dessas metas, nos jogos tu te sente acolhido, querido, forte, inteligente e inúmeras outras qualidades simplesmente sendo quem tu realmente é.

Mario Garcia, licenciando do curso de Letras – Línguas Adicionais.

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