Ano 12 Nº 083/2024 – Oferenda
Lisiane Inchauspe de Oliveira
Na beira daquele rio, chamei por Mamãe Oxum
"dos filhos que por ti clamam, aqui se apresenta mais um..."
trouxe quindins caprichados e muitas flores amarelas
e no meu peito magoado, recordações das mais belas
venho chorar em teu colo e acalmar o coração
venho pedir que em tuas águas afundes essa aflição
Há quem entra em nossa vida, só pro olhar distrair
e deixa logo a porta aberta, já na intenção de sair
Mãe Oxum, por quem chegou, meu coração que sorria,
hoje chora, desalegre, por tamanha judiaria
a lua cheia tão linda, que é sinal de tua bença
me machuca, pois recordo da partida e da ausência
Trouxe luz aos meus sorrisos, plantou sonho e poesia
depois partiu, decidido, numa dessas tardes frias
não me deixou nem palavra que me desse algum conforto
por isso que o teu consolo venho buscar neste porto
vive em mim essa saudade, que nem tem razão de ser
entre nós tanta distância... e não entendo porquê
Segue em mim uma esperança insistente, sempre em flor
de que um dia ele retorne, pra falar de seu amor
traga as flores, traga a lua, traga os sonhos que sonhei
traga a luz dos meus sorrisos, queira os beijos que guardei.
Meu nome é Lisiane Inchauspe de Oliveira, tenho 44 anos, professora de formação e de coração, atualmente trabalhando na Unipampa. Sou amante das palavras e da poesia, cujos primeiros contatos se deram por meio do meu pai, que era poeta e declamador, assim como meu avô paterno. Durante a pandemia, comecei a exercitar a escrita, inspirada pelos sentimentos de saudade.