Ano 08 nº 009/2020 – Sobre Releituras // Willians Barbosa
Fonte: Café e Bons Livros
DE: Willians Barbosa
Sobre Releituras
Pois bem, nos últimos meses, após ler sobre algumas vantagens que essa atividade traz, resolvi me dedicar a apenas releituras de livros que já havia lido. Uma dessas vantagens, a que eu mais me recordo, é para quem, além de ler, escreve. Trata-se de ‘’pegar’’, ‘’captar’’ o estilo do autor, visto que, na primeira leitura, a tendência é que nos detenhamos mais na história em si, e não em características de montagem e em seu estilo.
Os primeiros livros que eu reli durante esses meses são do mesmo autor, um dos meus preferidos: Dan Brown. Reli a sua tríade de clássicos, O Código Da Vinci, Anjos e Demônios e O Símbolo Perdido. Desde a primeira leitura, algumas características se sobressaltaram, as quais eu pude confirmar com a releitura. São elas, as construções de personagens femininas e vilões. Brown é expert nesse quesito.
O Código Da Vinci tem a criptógrafa Sophie Neveu como sua heroína, e Silas, um albino, como seu vilão. Anjos e Demônios tem Vitória Vetra como sua heroína. Tanto ela quanto Sophie, após enfrentarem uma série de perigos com o protagonista, o professor Robert Langdon, se entregam à paixão. Já O Símbolo Perdido traz Katherine Solomon como heroína e Mal’akl, todo adornado com tatuagens, como o antagonista.
Dentre os três, e não é apenas minha opinião, Anjos e Demônios é o que conta com maior adrenalina, com um enredo de tirar o fôlego. O Código Da Vinci é um romance monumental. Tal como os outros, realidade e ficção se entrelaçam, sendo difícil a tarefa de saber em que ponto um termina para iniciar o outro. Por seu turno, O Símbolo Perdido é a obra mais madura, entre elas. Eu, particularmente, apesar de há tempo ambicionar, ainda não li livros posteriores de Brown e que, consequentemente, devam ser ainda mais maduros. Portanto, caso alguém queira me emprestar Inferno ou A Origem, fique à vontade!
O Brilho do Sangue, de Diter Stein, foi outra releitura desse último período. Confesso que, ainda que tenha prestado atenção, na sua primeira leitura, não compreendi o seu significado. O autor lança mão de artimanhas variadas para tecer uma história com enredo inusitado. Apenas em sua releitura, pude perceber ser sobre um personagem que se apaixona por uma garota de programa. É um livro que merece ainda uma próxima releitura, para que eu o abarque completamente.
The Buenos Affair, de Manuel Puig, foi o livro seguinte. Com a história hiperssexual de Gladys, uma pintora em desgraça, pontuada com um toque cult, é, igualmente como O Brilho do Sangue, de difícil assimilação e, portanto, um dos escolhidos para releitura. O último foi A Teia de Luz, o primeiro da série A Queda de Atlântida, da polêmica Marion Zimmer Bradley. É um dos meus preferidos, de uma singeleza incrível, com uma poética impecável e o qual, sem dúvida, lerei, assim que possível, a continuação da série.
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