Ano 04 nº 023/2016 – Qual é o meu papel?

Prof. Msc Cristiano Peres Oliveira

Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA

Coordenador Curso de Matemática – Campus Bagé

A situação política e econômica do país tem me feito pensar em qual o meu papel nesse momento. Devo me preocupar com os aspectos técnicos da economia e procurar formas de equilibrar as finanças? Devo me preocupar com os mais desfavorecidos intelectualmente e economicamente e que em geral são os mais atingidos em situações extremas como as que estamos enfrentando?

Obviamente que qualquer polarização ou priorização de uma em detrimento de outra demanda é no mínimo irresponsável. Claro que precisamos contingenciar despesas e tratar os aspectos técnicos com a importância que esses merecem, porém não podemos esquecer que medidas muito duras no ajuste das contas invariavelmente estouram no elo mais fraco da corrente, ou seja, o povo.

Não podemos compactuar com as demissões em massa como forma de proteger a economia e a estabilidade econômica. Não podemos aceitar calados os cortes de verbas na saúde, educação, cultura e programas sociais. O desmantelamento do Estado não resolverá a nossa crise, muito pelo contrário, nos jogará no fundo do poço. Ficaremos mais vulneráveis ao mercado especulativo e às grandes multinacionais que visam apenas o lucro e esquecem, propositalmente, de cuidar da nossa gente.

Diante desse cenário, eu como educador, não posso me furtar de me engajar à luta de todos os movimentos sociais, de entidades de classe  e dos estudantes do nosso amado Brasil. Preciso ter a clara noção do meu papel como agente na transformação da sociedade, preciso recordar das minhas origens na periferia de Pelotas, preciso estar atento às dificuldades que enfrentei para chegar até aqui e não permitir que políticas reacionárias sejam implantadas, pois, se isso acontecer diante do meu silêncio, serei cúmplice do fim do sonho de construção de um país justo e de iguais oportunidades para todos.

Parafraseando a grande educadora Profª Esther Grossi, todos podem aprender, mais ainda, todos podem e devem ser tratados com justiça. Não podemos deixar que o discurso da meritocracia seja disseminado, precisamos tratar como iguais apenas as coisas que são iguais. Não podemos dispender aos mais carentes o mesmo tratamento dado aos mais favorecidos. Precisamos efetivamente  acordar! Eu escolhi estar do lado da manutenção de um sonho de inclusão social, escolhi estar junto do povo mais humilde e através da minha atuação docente ser capaz de emprestar a minha voz a esses cidadãos que por muitos anos foram esquecidos.

Por todo o exposto é que ratifico a minha posição firme, na luta por uma educação pública, gratuita, emancipadora e de qualidade. Vamos juntos, resistir, denunciar, debater e fundamentalmente construir o Brasil dos nossos sonhos. À luta!

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