Ano 08 nº 060/2020 – Diálogos Interculturais na universidade

WhatsApp Image 2020-06-04 at 1.29.59 PM                                                                        Diálogos Interculturais

O objetivo deste relato é o de externar meu sentimento a respeito da live realizada dia 19 de junho, via Google Meet, promovida pela diretoria de assuntos Institucionais e Internacionais (DAIINTER), através da sua divisão de idiomas, na qual intercambistas da Unipampa falaram sobre suas experiências aqui e no exterior, e o impacto da Pandemia do Covid-19 em suas vidas.

A sessão iniciou às 14:30 hs, conforme o previsto, quando a professora Kátia Morais deu início aos trabalhos fazendo algumas observações gerais, de ordem técnica, e apresentou o professor Pedro Roberto de Azambuja Madruga, que falou sobre o ineditismo e importância do trabalho realizado pela equipe e sugeriu a continuidade do processo. Em seguida, o reitor Roberlaine Ribeiro Jorge também se manifestou reiterando total apoio a trabalhos desse quilate, já que os mesmos demonstram a qualidade do  ensino aqui ministrado, visto que temos alunos presentes em outros países, bem como alunos de fora, até de outros continentes, estudando aqui.  A meu ver, a presença do reitor nesta live demonstrou que a Unipampa está unida e interessada nos trabalhos executados nos diversos departamentos, neste caso o DAIINTER.

Como cada intercambista tinha recebido previamente uma relação de perguntas, as mesmas para todos, eles relataram experiências pessoais e sentimentos em relação ao que viveram desde o início do processo de intercâmbio até os dias atuais, de pandemia generalizada. A professora Kátia, conforme tinha escalonado no início dos trabalhos, chamou o primeiro intercambista.  O cabo-verdense Amunike Fernandes, do PEC-G.

Amunike, que é estudante de Engenharia de Energia, falou sobre a boa acolhida que teve aqui na cidade, que está bem aclimatado e tentando conhecer o máximo de nosso país. Na rodada de perguntas feitas após os depoimentos, disse que pensa em usar todo esse conhecimento adquirido em trabalhos em Cabo Verde, para onde pretende retornar.  Quanto ao Covid-19, disse se preocupar com sua família, mas que onde moram a situação está sob controle.

O próximo a falar foi Valinho Antônio, veio de Moçambique pelo ProAfri, também se disse encantado com o Rio Grande do Sul, especialmente com o chimarrão, e falou, sem entrar em detalhes, de acontecimentos desagradáveis imediatamente a sua chegada, mas que já é algo superado.

A primeira brasileira a falar foi Nathalia Sarasol Neufeld, do sétimo semestre do curso de Letras Línguas Adicionais Inglês e Espanhol, com as Literaturas, que viajou esse ano pelo BRACOL para a cidade de Fusagasugá, na Colômbia,  estudar em um campus da Universidade de Cundinamarca. Falou da importância de uma jovem sair pela primeira vez de seu país e conhecer uma cultura nova, com os conhecimentos da língua espanhola adquirido na Unipampa. Falou da estranheza inicial por parte de algumas poucas pessoas e, depois, da excelente acolhida que teve, com mais vinte e seis intercambistas dos mais variados países, de Argentina a México. Falou, também, do escasso conhecimento que muitas pessoas ainda têm do Brasil. Aproveitou a oportunidade para dar aulas de português para os colegas da Universidade, o que foi um sucesso, pois tiveram que fazer uma seleção dos alunos interessados em nosso idioma, já que as turmas eram limitadas. Segundo ela, foi uma maravilhosa experiência, interrompida pela pandemia do Covid-19.  De acordo com ela, os colombianos foram muito rigorosos nas medidas para controlar o vírus, o que fez com que suas saídas do alojamento para ir ao mercado ficassem limitadas a duas vezes por semana. E assim como seus colegas, que foram sendo repatriados pouco a pouco a seus países de origem, no mês passado ela também voltou ao Brasil em um voo com mais duzentos brasileiros que estavam na Colômbia, mas continuou tendo aulas à distância.

Um colega que não estava na relação dos participantes do encontro, mas também deu seu depoimento foi o equatoriano de Guayaquil, Emílio, aluno da Engenharia Química do nosso campus Bagé, que já está bem familiarizado com o Brasil pois já tinha estudado alguns anos em Araraquara, SP.  Está em fase de conclusão de seu curso aqui, e tem um excelente grau de relacionamento com todos  na Unipampa.  Disse ele que a ação do vírus foi muito violenta em sua cidade, mas que agora já está melhor. No momento, está tendo dificuldades para retornar a seu país devido a problemas de voos que ficaram muito irregulares e também pelo preço das passagens aéreas que tiveram um aumento muito grande.  Enquanto isso, está hospedado na casa de um colega.  Emílio sempre participa de várias atividades como estudante, inclusive quando convidado, comparece às aulas de espanhol do nosso núcleo de línguas, para falar sobre seu país e ajudar aos alunos a avaliarem sua compreensão do idioma que estão estudando.

Duas estudantes de Dom Pedrito, Eduarda Bálsamo e Laura Minetto, que estão no Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal, também relataram suas experiências e mostraram a quantidade de alunos presentes por ocasião da cerimônia de abertura do período letivo. Eduarda estranhou o comportamento pouco expansivo dos portugueses em contraste com os hábitos que temos aqui no Sul, notadamente em nossa região fronteiriça, de muito congraçamento. Os europeus são mais “secos” e objetivos nos diálogos.

Por fim, a norte-americana Natalie Kobsa-Mark do CAPES- Fulbright falou, em bom português, diretamente da Califórnia, para onde teve de voltar após cerca de um mês aqui em Bagé, já que o governo americano repatriou seus cidadãos ao redor do mundo e mesmo porque nossas atividades aqui estão paralisadas e sem data para retorno. Evidentemente, lamentou a impossibilidade de realização do trabalho a que se propôs e aproveitou para agradecer a acolhida que teve em nossa comunidade mencionando as pessoas na Unipampa que conviveram com ela, citando nominalmente as professoras Kátia e Clara.    

A seguir, a professora Kátia abriu uma rodada de perguntas para sanar algumas dúvidas dos assistentes da live e não se prolongou muito, pois o horário de duração da sessão já havia sido ultrapassado.

Ao fim e ao cabo, quero dizer que meu sentimento ao participar como assistente desta live foi de muita satisfação, porque foi uma mostra evidente da competência e maturidade de nossos colegas alunos da Unipampa, já que trabalharam e trabalham de igual para igual com alunos de outras Universidades. Por outro lado, os alunos que vêm de outros países também demonstraram plena satisfação com a formação que estão tendo aqui e se consideram aptos para exercer suas atividades nos seus países de origem, como é o caso do Amunike, que já tem um plano de trabalho delineado para aplicar na ilha de Cabo Verde.

E essa integração com o mundo, que está a cada vez menor e mais próximo, é que dará uma visibilidade que nossa Unipampa precisa e merece. Não existe mais condições de ficarmos fechados em nossos mundinhos se quisermos crescer como instituição de ensino.  É a troca de informações, de trabalhos e de experiências que fará com que nossa Universidade possa passar pelo crivo da comunidade internacional e provar que aqui se faz um trabalho de qualidade, sim. Onde não estiver bom, ou haver necessidade de correções, que se efetue as modificações necessárias. Nosso corpo docente, discente e técnico é bastante capacitado e essa live é uma prova cabal disso. A evolução é um caminho sem volta para qualquer ramo da atividade humana, mas sobremaneira importante na educação e ciências em geral.  Ou não são as Universidades que estão realizando pesquisas para a cura dessa pandemia que temos hoje no mundo? Por fim, espero em breve estar escrevendo novos relatos de outros diálogos interculturais de nossos colegas universitários.

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