Ano 13 Nº 66/2025 PET-LETRAS BAGÉ: 15 ANOS TRANSFORMANDO VIDAS, SONHOS E TRAJETÓRIAS

Ilma Teresinha Ferreira Pereira

Em 2025, o grupo PET-Letras do Programa de Educação Tutorial (PET) do campus Bagé celebra quinze anos de existência. Essa data representa uma trajetória marcada por dedicação, conquistas e transformações, para o grupo e para cada um de seus integrantes. São quinze anos de histórias que se entrelaçam, de aprendizados compartilhados e de laços que se fortalecem em torno de um mesmo propósito: a valorização do ensino, da pesquisa e da extensão como caminhos para a formação integral do estudante universitário. Uma foto atual do grupo Pet-Letras é apresentada na Figura 1. 

Figura 1 – Grupo PET-Letras 2025

Fonte: PET-Letras 2025

Participar do PET-Letras é muito mais do que integrar um programa acadêmico. É vivenciar um espaço que incentiva o pensamento crítico, o trabalho coletivo e o compromisso social. Desde que ingressei no grupo, compreendi que o programa é um espaço em que se aprende a aprender, e também a ensinar. Cada atividade, projeto, reunião semanal é uma nova oportunidade de crescimento, de troca e de reflexão. Dessa forma, mais do que aprimorar os conhecimentos acadêmicos, o PET contribui para o amadurecimento pessoal, despertando a autonomia, a sensibilidade, o senso crítico e a autoconfiança dos participantes, aspectos fundamentais para a constituição de sujeitos reflexivos, éticos e comprometidos com a educação e a transformação social.

Um dos grandes diferenciais do PET é a maneira com que ele nos convida a olhar para o mundo de maneira mais ampla e sensível. Ao longo das atividades, aprendemos que o conhecimento não se limita aos livros e às teorias. No entanto, se constrói na relação com o outro, na escuta, na convivência e na empatia. O grupo é composto por pessoas diferentes, com experiências e histórias diversas, e é justamente dessa pluralidade que nasce a riqueza das trocas e a parceria que está presente em todas as propostas desenvolvidas. Por isso, pode-se dizer que, trabalhar em equipe, respeitar o tempo e o ritmo de cada colega e reconhecer a importância da colaboração são aprendizagens que levaremos ao longo de toda a nossa caminhada.

Durante a trajetória no grupo, participamos de projetos que marcaram profundamente nosso percurso acadêmico e pessoal. A Rádio Uni, por exemplo, foi uma experiência transformadora. Nela, desenvolvemos habilidades de comunicação, escrita e expressão, além de compreendermos a importância da linguagem como ponte entre a universidade e a comunidade. Os episódios produzidos, as pautas debatidas e as gravações realizadas representaram momentos de conhecimento e de superação. Esse projeto mostrou aos petianos que as práticas de ensino e aprendizagem também se constroem por meio da escuta atenta, da criatividade e do diálogo com o outro.

Outro projeto de extensão que se destaca nas ações do grupo é o Reforço Escolar e as Monitorias, voltado para o apoio a alunos em situação de dificuldades no processo de aprendizagem. Participar de ações como estas permite que os petianos sintam na prática o impacto que o  seu trabalho pode ter na vida de outras pessoas. Ao acompanhar estudantes, auxiliar em suas possíveis dúvidas e ver o progresso deles ao longo das semanas, compreendemos  o verdadeiro sentido da docência, que, na minha opinião, é estar presente, acolher e incentivar o outro a acreditar em seu potencial. Cada encontro proporciona um ambiente de aprendizado mútuo. Isso porque, pode-se perceber o entusiasmo e o brilho nos olhos dos alunos, e essa é uma experiência profundamente significativa que guardaremos com sincera gratidão em nossos corações.

Um projeto muito considerável no âmbito do ensino e da extensão de que o PET-Letras participa é o Salvaguarda, pois, por meio dele, obtemos a oportunidade de trabalhar com alunos de diferentes regiões do Brasil, oferecendo orientações e acompanhamentos voltados à produção de redações e aperfeiçoamento da escrita para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Essa experiência amplia nossa compreensão sobre as diversas realidades educacionais do país e nos desafia a pensar em estratégias de ensino mais humanas, acessíveis e eficazes. Além de contribuir para o desenvolvimento dos estudantes atendidos, o projeto também fortalece a formação do corretor, ao despertar em nós a responsabilidade social e o prazer de ensinar com empatia e dedicação.

Além dos projetos de pesquisa realizados conforme o interesse dos bolsistas, o projeto de ensino Oficinas de Produção de Textos Orais e Escritos assim como as Rodas de Leitura realizadas pelo grupo são momentos de grande crescimento. Essas atividades proporcionam um espaço de troca de saberes, em que a teoria e prática se unem. Ministrar uma oficina, por exemplo, é um desafio que exige preparo, responsabilidade e sensibilidade. Mas é, da mesma forma, uma oportunidade de perceber o quanto somos capazes de contribuir com o outro. Em cada atividade, percebe-se que o PET não forma apenas pesquisadores ou professores, mas sujeitos críticos e criativos, capazes de agir com empatia e compromisso social.

Um dos aspectos importantes na dinâmica do grupo é o processo de avaliação interna que ocorre mensalmente. Nessas reuniões, cada petiano é convidado a refletir a respeito de sua própria trajetória e desempenho, sobre o que tem aprendido e sobre o que pode melhorar. Esse é um momento de escuta e de diálogo sincero, onde todos têm voz. As avaliações não servem apenas para registrar atividades, mas para promover o autoconhecimento, a responsabilidade e o amadurecimento coletivo. A partir delas, aprendemos a reconhecer nossas conquistas, e igualmente a lidar com nossas limitações, sempre com o intuito de evoluir. É um exercício de humildade e de compromisso com o grupo e com a própria formação.

Ainda nesse sentido, não poderia deixar de destacar o importante trabalho realizado pela atual tutora Carolina Fernandes, cuja atuação vai muito além do acompanhamento acadêmico. Sua presença no grupo representa um verdadeiro apoio formativo e humano. Com sensibilidade, dedicação e compromisso, ela orienta, acolhe e incentiva cada petiano, ajudando-nos a enxergar nossas potencialidades e a enfrentar os desafios com mais segurança. Seu olhar atento e sua escuta generosa fazem toda a diferença  para o percurso dos discentes dentro do PET-Letras, pois ela compreende que formar não é apenas ensinar conteúdos, mas cuidar de pessoas e inspirar trajetórias. O cuidado e o incentivo que recebemos de sua parte são fundamentais para o crescimento de cada um, tanto como estudantes quanto como seres humanos. 

Ao olhar para trás, percebo o quanto o PET-Letras transformou a minha vida. Após longos anos afastada dos estudos, voltar à universidade e ter a oportunidade de fazer parte desse programa foi uma das experiências mais significativas da minha trajetória. Ser petiana me proporcionou não apenas crescimento acadêmico, mas, sobretudo, amadurecimento pessoal. Tornei-me uma pessoa mais responsável e mais confiante em mim mesma. Cada desafio enfrentado no grupo foi uma lição, e cada projeto concluído, uma conquista que carrego com orgulho. O PET me mostrou que a educação é um ato de esperança e de compromisso com o outro, e que nunca é tarde para recomeçar, aprender e compartilhar saberes. Tenho uma imensa gratidão por fazer parte dessa história e por ter encontrado, no programa, um espaço de acolhimento, aprendizado e transformação em todos os sentidos da vida. Desejo que venham muitos outros anos de histórias, encontros e aprendizagens, pois o PET-Letras Bagé seguirá, certamente, transformando vidas, assim como transformou a minha.

Ilma Teresinha Ferreira Pereira é aluna do nono semestre de Letras – Português e bolsista do PET-Letras desde 2022. Apaixonada pelo curso de Letras, gosta de leituras de romances e de assistir filmes e séries.

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