Ano 13 Nº 56/2025 Jornalismo escolar e formação docente: um relato de experiência no Pibid

Flávia Azambuja

Estar no Pibid tem sido, para nós, além de um momento de grandes aprendizados, também um exercício constante de adaptação. Desde o nosso primeiro encontro com os alunos envolvidos no projeto Fala, João, o jornal escolar da Escola Dr. João Severiano da Fonseca, nos acompanhou uma pergunta que ainda continua nos provocando: como pensar a prática docente em um espaço tão diferente da sala de aula?

O jornal é produzido com os alunos no contraturno, em um grupo pequeno, o que nos permitiu criar vínculos mais próximos, não só facilitando o acompanhamento das dificuldades e dos progressos de cada um, mas também a criação de um ambiente mais leve, pautado pela escuta, pela troca e pelo trabalho em equipe. 

O Fala, João vai além do que, muitas vezes, se imagina ser possível dentro do ambiente escolar. Ver os alunos se envolvendo com as ideias, desenvolvendo um olhar mais crítico sobre os textos e sobre a linguagem, se apropriando das ferramentas digitais e se reconhecendo como participantes ativos na construção de algo coletivo, foi um desenvolvimento super legal de acompanhar. O momento em que vimos o jornal impresso sendo finalizado e distribuído, foi muito especial para nós por representar a concretização desse percurso compartilhado, muitas vezes difícil, mas feito com muita dedicação.

Enfim, estar no Fala, João nos mostrou que o ensino pode acontecer em muitos lugares e de muitas formas. Pensamos que a docência, nesse contexto, se mostra como esse ato de mediação entre os alunos e a tecnologia, entre a linguagem e os sentidos. Mais do que ensinar, aprendemos sobre os alunos, sobre o bairro e sobre nós mesmas. Compreendemos que a escola, quando abre espaço para projetos como esse, incentiva o protagonismo estudantil e também permite a ampliação dos horizontes, levando todos os envolvidos para lugares que talvez nem fossem esperados. Ver esse crescimento acontecendo de perto foi e continua sendo gratificante. No fim das contas, de alguma forma ou de outra, crescemos junto com eles. 

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