Ano 12 Nº 051/2024 – O Diabo na Rua no Meio do Redemunho

Por Willians Barbosa

Ficha técnica

  • Autor:
    João Guimarães Rosa
  • Adaptação e atuação:
    Gilson de Barros
  • Direção:
    Amir Haddad
  • Direção de arte e cenário:
    José Dias
  • Figurinos:
    Ana Flávia
  • Iluminação:
    Aurélio Di Simoni
  • Operador de luz e som:
    Carlos Pereira e Mikey Vieira
  • Programação visual:
    Guilherme Rocha
  • Fotos:
    Renato Marco Sobral
  • Assessoria de imprensa:
    Júlio Luz
  • Produção executiva:
    Mikey Vieira
  • Realização:
    Barros Produções Artísticas Ltda

Um dos filmes exibidos no XV Festival Internacional de Cinema da Fronteira foi o longa-metragem O Diabo na Rua do Meio do Redemunho (2023), dirigido por Bia Lessa e baseado no livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa. No elenco constam grandes nomes da dramaturgia brasileira, tais como Caio Blat (Riobaldo), Luiza Lemmertz (Diadorim)  e Luisa Arraes (Nhorinhá).

A trama aborda as ações do ex-jagunço Riobaldo que, no passado, fez um pacto bem-sucedido e, hoje, reflete sobre a existência de Deus e do diabo, sobre a natureza do bem e do mal, bem como a do ser humano. Assim, ele passa por vários outros personagens e tribos com os quais trava diálogos preciosíssimos. A relação com o amigo Diadorim, por exemplo, é bastante íntima, lhe despertando sentimentos diversos.

  As reflexões sobre a natureza da alma permeiam toda a obra com um cunho artístico admirável. Os diálogos densos dão a tônica para a narrativa. Os cenários, por sua vez, são oníricos do início ao fim, com fundo escuro e fotografia que lembra as produções de Lars Von Trier. Arte em seu estado puro!

  Riobaldo e os demais personagens surgem em uma espécie de limbo, com multidões sendo castigadas pelos seus pecados. A carga emocional do filme é bem densa, à medida que mostra diversas formas de torpezas, bem como rezas para Deus e para o diabo.

Em suma, apesar do baixo orçamento, é um filme de elevada qualidade, tanto pela fotografia quanto pela atuação dos atores.

Texto incluso no dossiê do XV Festival Internacional de Cinema da Fronteira. Confira: Festival Internacional de Cinema da Fronteira, fazer para existir

Willians Barbosa é jornalista formado pelo Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp), especialista em Artes pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), com MBA em Jornalismo Digital. Atualmente, cursa Letras pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa).

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