Ano 04 nº 076/2016 – Setembro Amarelo

Amanda Martinello,

Estudante de Engenharia.

 

Outubro Rosa ou Novembro Azul, você provavelmente sabe o que significa isso, mas e o Setembro Amarelo? Aposto que você não sabe, confesso que eu também não sabia até pouco tempo, isso porque é uma campanha que trata de um assunto ainda considerado um tabu.

O setembro amarelo é um mês inteiro dedicado a campanhas de prevenção do suicídio, de conscientização e de tratamento de doenças psicológicas que acabam levando ao suicídio. Várias pessoas não gostam de falar sobre o assunto, por diversas questões, mas assim como precisamos começar a falar sobre a AIDs para que a população se informasse e  se conscientizasse a respeito, hoje também precisamos falar sobre suicídio, depressão, ansiedade, síndrome do pânico, bullying, etc.

No Brasil, o suicídio é uma das maiores causas de mortes entre os jovens, perdendo apenas para acidentes de trânsito e para a violência, já em todo o  mundo passa a ser a segunda maior causa de morte entre jovens. Então, iniciativas como essa precisam ser divulgadas e incentivadas!

Eu tenho uma doença que os psiquiatras chamam de ansiedade-depressiva e estou em tratamento para a mesma, só que mesmo assim eu ainda tenho algumas crises e acabo perdendo momentos legais com quem me cerca. Além disso ainda preciso lidar com as pessoas dizendo que isso é tudo da minha cabeça, que o que eu preciso é dormir, que eu preciso me acalmar e me concentrar em outras coisas.  Essas pessoas não estão totalmente erradas, acontece que quem sofre deste tipo de problema  está doente, e como toda doença é preciso fazer um tratamento adequado, só que a mente do ser humano é algo muito complexo e ainda não se sabe muito sobre ela, o que dificulta o tratamento e a forma como cada um reage a ele.

Quando eu estou tendo uma crise e alguém me diz para me acalmar, por mais que a intenção da pessoa seja boa, ela não está me ajudando, na verdade ela está fazendo com que eu me sinta pior. Esse é um dos motivos pelos quais precisamos conversar sobre esses assuntos, muitas vezes as pessoas querem ajudar, mas não sabem como. Com o aumento do diálogo mais pessoas se conscientizam, se informam e podem notar quando um amigo está começando a demonstrar os sintomas e quem sabe, podem até ajudar antes que seja tarde demais.

Nós precisamos discutir mais sobre ansiedade, depressão, e todas (ou pelo menos as principais) doenças  que afetam o nosso psicológico. Elas não são frescuras, não são formas de chamar atenção, não são falta da presença de Deus; elas são DOENÇAS, que assim como uma pneumonia que não tratada mata, também podem matar.

Converse com os seus amigos sobre o assunto, não fique fazendo piadinha ou julgando algo que você não entende; nem todos lidam com a dor, o medo e o estresse da mesma forma, sejamos solidários uns com os outros. Uma palavra amiga, um elogio pode mudar o dia de uma pessoa.

Referencias: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150922_suicidio_jovens_fd

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