Ano 10 nº 067/2022 – Poder para as pessoas

Por Kelly Nguyen

Andando pelo centro de Bagé nessas últimas duas semanas, é impossível evitar as campanhas e panfletos dos candidatos nesta eleição. Como as duas maiores democracias do Hemisfério Ocidental, tem sido interessante ver o processo político dos EUA e do Brasil durante os anos eleitorais. Desde que estudei Ciência Política e Relações Internacionais, sempre me interessei em aprender como a política está entrelaçada em muitos aspectos de nossas vidas, da educação ao transporte e aos impostos. Esta é a minha primeira vez em um país durante uma eleição presidencial, então, não me envolver politicamente e apenas ser uma observadora, foi uma mudança para eu me acostumar.

Embora seja arriscado falar sobre paralelos entre as eleições americanas de 2020 e a atual corrida presidencial no Brasil, porque os resultados das eleições no Brasil ainda são desconhecidos, vejo muitas semelhanças entre esta eleição no Brasil e as últimas eleições presidenciais nos EUA em 2020. Por exemplo, Trump e Bolsonaro são presidentes em exercício concorrendo a um segundo mandato. Ambos os presidentes questionaram repetidamente a integridade da eleição presidencial, ambos declararam antes da eleição que não aceitariam os resultados se perdessem, e ambos retrataram seus oponentes como incompetentes e criminosos.

No entanto, apesar das semelhanças entre os candidatos, o processo político em cada país é diferente. Por exemplo, nos EUA, o dia da eleição é a primeira terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro. Portanto, geralmente é entre 2 de novembro e 8 de novembro.  No entanto, no Brasil, devido ao sistema multipartidário, pode ter dois turnos de eleição se um candidato não obtiver a maioria dos votos. A eleição também é em um domingo para que mais pessoas possam votar porque não trabalham aos domingos. Este é um grande problema nos EUA porque, como o dia da eleição cai em uma terça-feira, é uma forma de supressão de eleitores, já que algumas pessoas não podem sair do trabalho para votar. Outra diferença a ser observada é que no Brasil é obrigatório votar se você tiver mais de 18 anos, mas nos EUA se você não quiser votar, não precisa.

Embora a política possa ser muito divisória, mesmo dentro das famílias, espero que as pessoas obtenham informações para tomar decisões informadas de fontes confiáveis. Com o aumento do uso das mídias sociais, as ‘fake news’ ficaram mais fáceis de espalhar. Eu também sei que é muito fácil estar em uma ‘bubble’ de pessoas que pensam como você/semelhante a você, mas eu também encorajaria as pessoas a conversarem respeitosamente com pessoas que não compartilham as mesmas opiniões, porque você pode realmente aprender muito.

Estou escrevendo isso em 30 de setembro, alguns dias antes da eleição, então não sei os resultados. No entanto, espero que quaisquer que sejam os resultados, o povo brasileiro tenha confiança no processo democrático e confie no sistema.