Ano 09 nº 090/2021 – Eu me procuro no escuro
Por Alex da Silva Chaves
Arte da Luciana Rodriguez
Eu me procuro no escuro
Eu me sinto, pois me toco
Então me forço a acreditar que sim.
Mas sabe, está escuro e eu não posso me ver
Como posso eu saber, dessa forma que sou real então?
Eu grito no escuro, pois não sei se posso ser ouvida
Mas o eco da minha voz é a única coisa que permeia no silêncio:
-Tem alguém aí? Aí aí aí aí
Se eu ouço a minha voz logo eu existo, repito para mim mesma
Contudo se apenas eu a ouço, também não posso ter certeza…
Eu me movimento, danço
Tentando diferenciar o chão da parede e a parede do teto
Mas o único contato que meu corpo encontra é com ele mesmo.
Eu sinto o abraço que a brisa do vento me dá
É isso! Afirmo com certa expectativa
“Vento” sem o barulhos das folhas do outono que se arrastam pela cidade, sem o doce aceno dos galhos das árvores…
Reflita, mas que vento? Aaaaa
Poxa vida, nem vento, nem brisa, nem abraço, nem certeza
Se tudo o que eu tenho é a mim mesma e a consciência que deve me acompanhar
E nada posso enxergar
Como a incógnita se desvendará?
Bem, acredito que pelo menos ela não me enganaria… Partirei eu então daqui!
Dizendo para mim mesma:
Sou real,
Eu confio em mim
Que confia que sou real
Entretanto se sou real
Sou apenas alguém em um quarto vazio, no escuro
E que valor isso tem?
Melhor será então eu continuar tentando achar um jeito de provar para mim mesma que sou real
Até que um dia eu tenha uma boa razão para acreditar.
Eu sou o Alex Chaves, tenho 18 anos e sou nascido e criado no interior do Rio de Janeiro e amo escrever desde bem pequeno. A escrita sempre foi meu refúgio, o lugar que me acolhe quando estou em prantos, que me abraça quando estou sozinho, que registra meus melhores momentos e, principalmente, expõe meus pensamentos mais profundos, os colocando na superfície de mim. Sou calouro no curso de licenciatura em história na Unipampa.