Ano 08 nº 018/2020 – Brincando de Jornalista

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Meu texto de hoje é sobre algo que, ainda que sempre tenha me chamado a atenção, até pouco tempo atrás, não pensava em escrever. Aliás, foi um amigo meu que me sugeriu: é sobre o Jornal do Arnaldo, conhece?! Claro que não! O Jornal do Arnaldo foi, durante vários meses da minha infância, o que mais me entretia. Mas, vamos começar do começo…

Se não me engano, na sexta série do ensino fundamental, uma professora (que, infelizmente, não lembro quem era ela) deu um trabalho que fugia um pouco do convencional. Nós devíamos, em duplas, confeccionar um jornal, com recortes de revistas. A dupla, diferente da professora, eu lembro quem era. O que não lembro é dele tão empolgado com o trabalho como eu. Naquela época, quando me perguntavam, eu já respondia que queria ou fazer jornalismo ou fazer letras quando crescesse. Ou seja, como vocês podem imaginar, esse foi, pra mim, ‘’O’’ trabalho.

Só que, depois desse trabalho feito em aula, eu continuei confeccionando o jornal, em casa mesmo, também com recortes de revista.

Eu fazia um trabalho primoroso: escrevia, criava causos, noticiava coisas de televisão e da música, colava, grampeava. E dava para a família conferir. As edições passavam de mão em mão, até todo mundo ter lido. A pessoa que mais me incentivava nessa fase era minha avó. Ela confiava plenamente que eu tinha potencial pra ser um jornalista de verdade. Ela era de uma época que fazer faculdade era mais difícil, o que potencializava ainda mais a confiança que ela me transmitia.

Infelizmente, ela faleceu antes de me ver entrar pra faculdade de Jornalismo. Não sei se, de algum outro plano, ela pôde me acompanhar. Mas, de qualquer forma, seu amor ainda retumba por aqui. Eu produzia o Jornal do Arnaldo 14 anos atrás e, até há uns dois anos, eu pensei que aquelas edições estavam perdidas, com todo o material do ensino fundamental, no qual eu fazia uma limpa a cada término de ano letivo. Eu tive, porém, uma surpresa mais do que agradável ao descobrir que aquele trabalho infantil estava, em partes, salvo.

Foi quando uma tia, tal qual minha avó, minha incentivadora, me entregou uma pasta azul com sete edições do Jornal. Junto com a papelada, havia uma santinha com uma oração e uma flor amarela, já ressecada. Era como minha avó guardava aquele meu trabalho infantil.

Essa história sempre me chamou a atenção por vários motivos. Primeiramente, é um exemplo de singeleza o modo como eu recuperei-os. Me lembra também que, desde antes daquele tempo, eu já tinha o jornalismo nas minhas veias.

Até hoje e, sinto que eternamente, eu vou me divertir ao reler o Jornal do Arnaldo e seu mundo particular que eu acabei criando. Eram personagens como os gêmeos Róger, Rogério e Rogeriano, da sessão de Esporte; Carlos Collute, da sessão Diversos; Chayane Chagas Xavier vulga charmosa, da sessão Festas; Gina Jogatriz, da sessão Jogos; Denise Danúbio, de Modas; entre outros.

Por Willians Barbosa

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