Ano 12 Nº 011/2024 – Além das Telas: O Caminho do Festival de Cinema da Fronteira

Por Alana Portella

Não é de hoje que a Rainha da Fronteira é reconhecida como um grande polo cultural na região. Dentre suas leituras, pinturas e músicas, está a considerada a oitava maravilha do mundo: O Cinema. Emergido em 2009 devido à demanda local por produções audiovisuais, o que então começou como uma mostra de curtas no Centro Histórico Vila de Santa Thereza se transformou no Festival Internacional de Cinema da Fronteira, que contabiliza 14 edições focadas na valorização de obras culturais da região e de fora dela.

Através da revitalização do Centro Histórico, o evento iniciou uma parceria que se prepondera até hoje, sendo o local considerado o coração do Festival. De acordo com o Diretor Artístico, Zeca Brito, a primeira edição, originalmente chamada de Mostra de Curtas de Santa Thereza, teve um início promissor. Estudantes de cinema da UNISINOS, incluindo o próprio cineasta ainda como acadêmico, trouxeram filmes para exibição na recém-revitalizada Vila.

Segundo Zeca ao relembrar os primórdios do Festival, os resultados do primeiro experimento foram muito positivos, e logo em seguida mais parceiros se juntaram à ideia, como o Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp), Associação Pró-Santa Thereza e Prefeitura Municipal de Bagé. E ao longo de seu período, mais instituições apoiaram a causa, como a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) e Jornal Minuano, que identificaram no projeto uma oportunidade de disseminar conhecimento e cultura.

A transição para o status de Festival aconteceu na segunda edição, logo seguido pelo reconhecimento internacional no terceiro ano, valorizando o contexto da região de fronteira onde é realizado. Zeca destaca que o evento é ibero-americano, abrangendo a Península Ibérica e países com raízes linguísticas do período de colonização, tornando-se, de fato, “internacional”. Ao delinear a identidade do Festival, ele enfatiza o recorte geográfico na seleção de produções em português e espanhol, refletindo a realidade de um território de fronteira onde coexistem dois idiomas distintos.

Ao longo de suas 14 edições, o Festival Internacional de Cinema da Fronteira tornou-se um farol cultural, unindo expressões diversas em um único espaço, oferecendo cinema, música, oficinas e reforçando a importância do diálogo entre culturas e línguas distintas. É desta forma que é possível perceber o poder transformador da arte, consolidando o Festival da Fronteira como um patrimônio cultural não apenas para Bagé, mas para todos aqueles que encontram inspiração e conexão através do plural artístico.

Convidados e Equipe do XIV Festival Internacional de Cinema da Fronteira, fotografia por Isidoro Guggiana

Alana Portella Gonçalves é Bacharel em Jornalismo pelo Centro Universitário da Região da Campanha. Sua paixão por contar histórias e pelo cinema a levou a participar do FICF, onde registrou a cultura Bajeense ainda durante sua trajetória acadêmica.

Deixe seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Junipampa