Ano 12 Nº 001/2024 – Reflexões sobre o amadurecimento durante o período de graduação

Por Larissa Rodrigues

Assim que entrei na universidade, ainda durante o período de pandemia, passei por um choque de realidade inesperado e acredito que essa experiência não tenha sido a única. Considerando que grande parte dos ingressantes costumam sair do ensino médio direto para a universidade, há uma grande diferença de um ambiente para o outro, e muitos não estão preparados psicologicamente para isso. É uma experiência que possibilita para todos um grande amadurecimento, devido às grandes responsabilidades e compromissos que a vida acadêmica demanda. 

Após concluir dois semestres no ERE, apesar das diversas atividades realizadas, a ficha ainda não havia caído de que realmente estava na faculdade, ela finalmente caiu quando coloquei os pés na UNIPAMPA para o primeiro dia de aula presencial, no qual pude ver meus colegas, meus professores e acreditar que minha vida acadêmica havia realmente começado. Além da irrealidade que a pandemia causou na vida de todos, houve também os receios em conseguir segurar as rédeas da minha vida e ficar com os pés no chão diante de tantas responsabilidades com trabalhos, provas e atividades acadêmicas. Pois a falta de conhecimento sobre como funciona a vida dentro da universidade, assusta quem chega e causa insegurança, da qual, muitas vezes, resulta em evasão logo nos primeiros semestres, já que grande parte ainda não está com a cabeça no lugar ou não sabe direito o que realmente quer para o seu futuro. 

Posso afirmar que os dois primeiros semestres que cursei de forma presencial, foram essenciais para o meu amadurecimento e desenvolvimento durante o curso, pois, ao me envolver em projetos e atividades voltadas para a minha formação, pude me sentir responsável pelas mudanças em minha vida. De forma que agora, ao relembrar dos momentos em que vivi dentro da universidade, posso perceber que cada detalhe serviu para que eu me desenvolvesse como pessoa e como futura profissional, sabendo identificar o que quero, não só para minha formação, como para minha vida, sem vergonha de tomar a frente e me posicionar diante das situações.

Essas mudanças nem sempre foram perceptíveis, pois me sentia insegura e preocupada em fazer e dar o meu melhor, e não prestei atenção nas mudanças que ocorreram em meus atos e comportamentos. É importante que todo ingressante consiga parar para refletir, olhar para o que já fez e ver como já alcançou o “melhor” que gostaria, diversas vezes sem perceber, e que continua evoluindo cada vez mais. Porque apesar de a grande maioria se sentir perdida, demorar para se encontrar dentro do que escolheu ou achar que não pertence àquele lugar, esses sentimentos são apenas a insegurança de estar saindo da zona de conforto e estar dando um passo maior para uma nova fase. Isso não significa que essa nova fase será ruim, para mim não foi, porém, também não quer dizer que tudo foram flores, porque não foi. Há um processo de se adaptar e se identificar, até que um equilíbrio confortável seja encontrado, mas para isso precisei estar aberta às mudanças e críticas, construtivas ou não. 

Sem dúvidas, ter um colega ou um estudante veterano no curso para auxiliar e confortar durante essa trajetória faz uma imensa diferença, o que reforça a importância de haver um diretório acadêmico, pois, na época em que entrei, não havia e diversas vezes senti falta de ter alguém para ajudar em coisas que eu não entendia. Essa experiência fez com que meus colegas e eu sentíssemos a necessidade de construir um diretório e ajudar os novos ingressantes com os sistemas da universidade, com formato de trabalho acadêmico e principalmente, com a própria UNIPAMPA; tentando tornar a vida acadêmica um pouco mais tranquila, trazendo informações e instruções de um ponto de vista de alguém que já passou pela mesma experiência.

Assim foi o meu trajeto de ingressante à veterana até então, e se posso deixar um conselho: apesar de serem importantes, as notas não são tudo e não vão definir vocês como estudantes e muito menos como pessoas. O percurso acadêmico não é apenas conquistar uma nota, mas participar de projetos e programas institucionais, os quais proporcionam que os aprendizados sejam colocados em prática e ampliados; ocasionando uma melhor trajetória, com mais aproveitamento e identificação.

Sobre a autora: 

Larissa Rodrigues é discente do curso de Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Campus Bagé. Integrante do diretório acadêmico do curso, como tesoureira e secretária, e atualmente bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET).

“Esta é a coluna do PET-Letras, Programa de Educação Tutorial do curso de Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa, do campus Bagé. O programa, financiado pelo FNDE/MEC, visa fornecer aos seus bolsistas uma formação ampla que contemple não apenas uma formação acadêmica qualificada como também uma formação cidadã no sentido de formar sujeitos responsáveis por seu papel social na transformação da realidade nacional. Com essa filosofia é que o PET desenvolve projetos e ações nos eixos de pesquisa, ensino e extensão. Nessa coluna, você lerá textos produzidos pelos petianos que registram suas reflexões acerca de temas gerados e debatidos a partir das ações desenvolvidas pelo grupo. Esperamos que apreciem nossa coluna. Boa leitura”.   

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