Ano 12 Nº 039/2024 – A HONRA FEMININA NÃO ESTÁ À VENDA

A internet descobriu recentemente que há um país que consegue ser ainda mais misógino e machista que o Brasil quando se fala em “justiça”. O exemplo dessa misoginia foi o caso do jogador de futebol que estuprou uma jovem na Espanha. Ele foi preso, mas conseguiu a liberdade após pagar uma fiança de apenas um milhão de euros (cerca de 5,4 milhões de reais).

Apesar de toda a má fama existente no Brasil, aqui o estupro é inafiançável e isso traz, ao menos, uma dignidade MÍNIMA para nós, mulheres. Mas o que mais abalou as redes sociais foi o fato de a justiça da Espanha rotular o preço de um estupro, encher os bolsos de dinheiro, e a vítima simplesmente não receber sequer um terço desse dinheiro. Apesar de sabermos que nenhuma quantia pagará o preço da nossa honra após ela ser usada, rotulada e vendida.

O mundo nunca irá favorecer as mulheres, independente da classe social, da cor da nossa pele, do nível de poder, ou seja, tudo isso não vale nada. Nós não valemos nada. No entanto, o mundo tem cobrado muito caro pelo nosso corpo, vendendo e comprando fácil e a qualquer um a nossa dignidade.

Eu sinto muito pelas mulheres, não somente pelo que precisamos passar, estando vivas ou mortas, mas porque muitas colocaram no mundo os indivíduos mais imundos que existem e nada – nada mesmo – nem dinheiro algum, irá tirar essa sujeira e podridão que estão marcadas e escancaradas nessa falta de caráter em forma de seres humanos.

Maria Clara Petrarca é graduada em Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), campus Bagé. Atualmente é estudante de Direito pela Universidade da Região da Campanha (URCAMP).

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