Ano 08 nº 032/2020 – Love is blind / Willians Barbosa

image1                                                                                             Figura 1 Fonte: Netflix

Love Is Blind,
traduzido para o português como Casamento às Cegas, produzido pela Kinetic Content, é um reality show que estreou na Netflix em 2020 e que está no Top 10 das produções mais assistidas na plataforma. A atração é apresentada pelo casal Nick e Vanessa Lachey e conta com doze participantes, dos quais resultou em seis casais heterossexuais.

O programa é um experimento social, que consiste em promover encontros às cegas entre os participantes – eles, durante alguns dias, conversam em uma cabine, sem ver quem está do outro lado. A partir dessas interações, formam-se afinidades, além da que todos já têm, que é a disposição de encontrar seu futuro cônjuge.

Após essa primeira etapa de conversas às cegas, seguem-se outras, como o pedido de casamento e o primeiro encontro presencial, a pré-lua de mel, a apresentação do pretendente para a família, até o desfecho com a cerimônia dos casamentos.

À primeira vista, é um reality show brega – breguíssimo – que superestima a monogamia heteronormativa e tudo o que vem acarretado a isso, como a ideologia do amor eterno, o sentimento de incompletude, o sentimento de posse pela outra pessoa, etc. Logo nas primeiras conversas, é comum ouvir frases como ‘’estou ansioso pra passar a minha vida inteira com você’’, ‘’eu não posso viver minha vida sem você’’, ‘’casamento é duas pessoas se tornando uma’’.

No entanto, ao decorrer dos episódios, acaba se tornando divertido e a gente acaba vibrando em frente à tela. A gente acaba por se envolver com dramas, como o casal que tem dez anos de diferença entre eles, com o casal inter-racial, com o cara que demora a contar a sua noiva que é bissexual e isso acaba sendo encarado como falta de honestidade. E, enfim, nos apaixonamos por algumas personalidades, como a explosiva Giannina e a indecisa Jéssica – esta que se torna uma das protagonistas ao promover um triângulo amoroso.

Outra crítica ao programa é a falta de naturalidade em alguns momentos, em que se torna nítido que havia algo mal combinado por trás das câmeras. Principalmente quando os participantes, de mãos dadas, batem à porta dos pais, e estes agem como se já não soubessem que os filhos estão participando de algo. Porém, inevitavelmente, em reality shows, sempre tem, em alguma medida, algo combinado entre as partes. O fato, neste caso, incomoda, mas não compromete o entretenimento.

O último episódio é o reencontro dos participantes, um ano após as gravações. E ali é retomada a pergunta que é a mais feita ao longo dos episódios, ‘’o amor é cego?’’, a qual eles, independentemente de terem ou não se casado, respondem afirmativamente.

  

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