Ano 04 nº 067/2016 – A Família que a UNIPAMPA me deu
Amanda Martinello,
Estudante de Engenharia
Fazer um curso universitário não é fácil. Quando esse curso não é na cidade em que crescemos ou é em outro estado, as coisas se tornam ainda mais complicadas. Mas como tudo tem seu lado bom, ir para um lugar distante cheio de pessoas desconhecidas também acaba tendo o seu.
Acredito que a primeira mudança é quanto a nós mesmos, criamos uma independência e uma maturidade diferente da que já tínhamos. Porém, um dos pontos que acho mais importantes e legais dessa minha experiência, que é estudar na Unipampa, é a interação com pessoas de costumes tão diferentes dos meus e de como depois de um tempo, acabamos nos tornando uma espécie de família, uma grande, confusa, um pouco louca, mas ainda sim, uma família.
Eu considero ter duas famílias aqui, a do meu apartamento que divido com algumas amigas, e a do curso. As duas são muito diferentes entre si, de um lado tem quatro garotas, duas daqui do Rio Grande do Sul, uma de São Paulo e uma do Mato Grosso, além dos “agregados” que aparecem, como os namorados de duas delas.
Agora, a minha família do curso, essa é um pouco mais extensa e complexa. É difícil dizer quais são os membros oficiais, o que posso dizer é que ela é grande, heterogênea e com várias subdivisões. Algumas pessoas se tornam mais marcantes, mesmo assim há companhia para tudo que se queira fazer.
Depois de quase três anos na Unipampa, já conheci diversas pessoas, já tive amizades e já desfiz as mesmas, virei amiga de quem não imaginava e tive que me despedir de pessoas que não queria que fossem embora.
Hoje, sei o que posso confiar a cada pessoa dessa minha família que está ao meu redor. O que me fascina é como um grupo tão diferente de indivíduos consegue interagir de tantas formas. Um dos meus programas favoritos é sair ou fazer algo em casa mesmo com algumas amigas para comer e jogar conversa fora, todas as vezes que fizemos isso, nós começamos relativamente cedo e avançamos pela madrugada conversando e dando muitas e boas risadas.
Com toda essa pressão que vivemos, com a distância da nossa família, isso acaba juntando as pessoas e construindo essas novas famílias. Já tive a experiencia de passar o Natal aqui, e por mais que tenha detestado estar longe de casa nessa data, eu pelo menos passei com algumas pessoas que fazem parte da minha família da Unipampa e sem dúvida vou me lembrar para sempre deste feriado, assim como lembrarei dos tererês ou mate na praça, da vez que demos voltas na Praça da Estação numa bicicleta/ carrinho para 5 pessoas, ou de simples passeios pela cidade. Em que apenas saímos para andar e encontrar um café legal para sentar e conversar. Assim como das vezes que fizemos diversas comidas e sentamos na frente da TV e ficamos horas vendo filmes. São coisas que alguns podem julgar simples, mas são o que me fazem sentir bem no fim do dia e lembrar que não estou sozinha.