Ano 12 Nº 024/2024 – Ziraldo para além do pai do Menino Maluquinho
Por Jéssica Vitória Pinto Robledo
Olá, querido leitor, te convido a conhecer um pouco mais sobre a vida de Ziraldo Alves Pinto, que nasceu em Caratinga (Minas Gerais), no dia vinte e quatro de outubro de mil novecentos e trinta e dois, formou-se em Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em mil novecentos e cinquenta e sete. Apesar de ter se formado em direito, decidiu seguir a carreira jornalística. Sua jornada profissional iniciou-se quando ele tinha apenas vinte e um anos, no jornal “Folha de Minas”, por meio desta oportunidade começou a se interessar por caricaturas. Ao longo de sua vida, exerceu diversos trabalhos como: dramaturgo, jornalista, cartazista, desenhista, apresentador de TV, chargista, escritor de literatura infantil, dentre outros.
Na ditadura militar, um período de repressão, o escritor posicionou-se contra o “Regime Militar” imposto na época. Pela primeira vez, em mil novecentos e sessenta e nove, ele foi preso. Suas opiniões eram expostas por intermédio de charges. Após ser solto, tomou a decisão de criar um personagem chamado “O Pasquim”. Após a criação do personagem, foi preso novamente em mil novecentos e setenta.
Ziraldo, com a profissão de cartunista, criou o primeiro cartum colorido com o personagem “Saci Pererê” e escrito por um autor só, na “Revista Cruzeiro”, que era chamada de A turma do Pererê, a qual teve continuidade formando uma série de publicações que tinham as principais temáticas: cidadania, valores familiares, dentre outros. Também, nos anos sessenta, seus outros personagens ganharam espaço nas páginas da mesma revista. No período de mil novecentos e sessenta e quatro, ocorreu uma censura militar que proibiu a continuação de novas edições. Um dos destaques da carreira dele foi a criação de mascotes brasileiros para os jogos de futebol: “Urubu do Flamengo”, “Cartola do Fluminense”, “Manequinho do Botafogo”, “Baleia dos Santos”, “Saci do Inter”, dentre outros mascotes.
O grande escritor Ziraldo publicou mais de cento e trinta obras autorais, um marco na literatura infantil, com uma escrita inigualável, personagens imprescindíveis que transformaram os livros de literatura numa grande viagem para o público infantil/juvenil através de uma literatura envolvente e divertida . Seus principais personagens são “O Menino Maluquinho”, “O Saci Pererê”, a “Professora Maluquinha” e uma diversidade de personagens eternizados na memória de gerações.
Suas obras ganharam uma proporção imensa, possibilitando ele ser reconhecido em outros países. Com isso, foi possível adaptar suas inúmeras revistas para línguas estrangeiras, inglês e francês. Foi prestigiado com o “Prêmio Nobel” na edição trinta e dois do “Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas”, em mil novecentos e sessenta. Em mil novecentos e oitenta, ganhou o “Prêmio Jabuti de Literatura” por conta do seu livro “O Menino Maluquinho”. O “Prêmio Jabuti” é dado com a finalidade de reconhecer escritores, gráficos e ilustradores. Essa premiação visa a dar destaque para produções culturais de reconhecido valor.
No dia seis de abril de dois mil e vinte e quatro, esse ilustre autor e cartunista, partiu aos noventa e um anos, na cidade do Rio de Janeiro. A sua história foi eternizada por meio de suas artes, e nos seus ilustres personagens que ganharam espaço nas TVs de tubo, livros, gibis, revistas. O seu legado permanece vivo e nos corações de todos os brasileiros para sempre.
Jéssica Robledo é graduanda do sétimo semestre do curso Letras/Português, na Universidade Federal do Pampa (Unipampa) — Campus Bagé–RS, bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) Letras.
“Esta é a coluna do PET-Letras, Programa de Educação Tutorial do curso de Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa, do campus Bagé. O programa, financiado pelo FNDE/MEC, visa fornecer aos seus bolsistas uma formação ampla que contemple não apenas uma formação acadêmica qualificada como também uma formação cidadã no sentido de formar sujeitos responsáveis por seu papel social na transformação da realidade nacional. Com essa filosofia é que o PET desenvolve projetos e ações nos eixos de pesquisa, ensino e extensão. Nessa coluna, você lerá textos produzidos pelos petianos que registram suas reflexões acerca de temas gerados e debatidos a partir das ações desenvolvidas pelo grupo. Esperamos que apreciem nossa coluna. Boa leitura”.