Ano 08 nº 120/2020 – Retrato de um pai…

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Foto: Acervo pessoal.

Nestes singelos versos, eu quero

um pouco da história de um homem contar,

foi uma pessoa simples, muito sincero

em São Sepé chegou com um sonho a alcançar.

Trazendo junto dele muita força e esperança,

de sol a sol trabalhou, muito suor derramou.

Provou que está certo o dito: “Quem espera alcança”.

E o sonho do próprio comércio, ele real tornou.

Esse homem foi pioneiro, na Avenida Eugênio foi o primeiro

a instalar seu armazém e com alegria a todos atender.

Foi peão de uma estância chamada “Existência”,

como exímio garimpeiro das ilusões e realizações,

várias lições me fez aprender.

Lição preciosa jamais esquecerá: quis o bem,

não somente da sua família, mas da sua comunidade.

Ensinou-me sempre a fazer o bem sem olhar a quem.

Mostrando que assim se consegue ser feliz de verdade.

Nenhuma escola ele cursou,

muito se esforçou e desse modo, muito aprendeu.

Na vida formou-se e seus filhos ele educou

com  muita sabedoria e honestidade.

Homem trabalhador, progrediu, não era ambicioso,

e sempre humilde, ele viveu.

Muitos amigos fez, nesta cidade, quem o conheceu, sabe que é verdade.

Construiu o futuro seguro dos filhos, com suas próprias mãos.

Sua fé no Pai Celestial era grandiosa, isso muito o ajudou

a viver dignamente e a ensinar

o quão é importante amar aos irmãos.

Seu caminho aqui não trilhou em vão, muito colheu, pois muito semeou.

“Seu Martins” era assim conhecido,

meu velho pai de nome João.

O tempo que galopa sem parar, doente, de repente, o encontrou.

E jogar baralho com seus amigos era a sua distração.

Mesmo enfraquecido, batalhou pela vida,

nunca, meu pai desanimou!

Quando o Pai Eterno lá de cima, a sua presença o chamou,

com um sorriso sereno de descanso, ele partiu.

E tudo aquilo que me ensinou, isso pra sempre ficou.

Sua lembrança num retrato me diz:

“Que bom, pai, que você existiu”!

 

Eliane Kilian da Silva, aluna Graduanda do 8º semestre do Curso de Letras Português UAB – UNIPAMPA. Campus: Jaguarão . Polo: São Sepé. Preferências: Poemas, novelas e contos.

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