Ano 07 nº 078/2019 – 7 MANEIRAS COMO A MULHER FOI DEMONIZADA
Por Dienifer Vieira
6 – A mulher que não se encaixa nos padrões bíblicos
Você, mulher, não permite ser tratada como objeto? A bíblia sagrada está contra você:
“Não terás relações sexuais com a concubina de teu pai: seria desonrar o teu pai.[…] Não desonrarás teu tio, irmão de teu pai, aproximando-te de sua mulher: é tua tia. Não terás relações sexuais com tua nora. É a mulher de teu filho: não terás relações com ela. Não terás relações sexuais com tua cunhada; seria desonrar teu irmão.” (Levíticos 18)
Você, mulher, exige direitos e igualdade conjugal? A bíblia está contra você:
“[…]Não dês à mulher poder sobre ti, para que não se meta no que é da tua competência e passes vergonha. […]Boa esposa é herança excelente, reservada aos que temem o Senhor: ela será dada ao marido em recompensa pelas boas obras. […]Como o sol que se levanta para o mundo nas alturas de Deus, assim o encanto da boa esposa na casa bem arrumada. […]Se a mulher tiver o mando, ela se erguerá contra o marido. […]”Se ela não andar sob a direção de tuas mãos, ela te cobrirá de vergonha na presença de teus inimigos.” (Eclesiástico 26)
Santo Agostinho, bispo de Hipona, o mais importante dos Padres da Igreja no ocidente e colaborador da síntese efetuada pelos autores do Malleus Maleficarum, coloca que: o ser humano é possuidor de um corpo sexuado, que incide sobre a mulher; e de uma alma assexuada, que se reflete no homem. Assim, predomina no homem a razão, sendo a imagem de Deus, e, sendo inferior, a mulher deve-lhe ser submissa.
O Apóstolo Paulo demonstra que a mulher também é subordinada perante a igreja, devendo permanecer calada e sem acesso ao conhecimento na seguinte passagem do Novo Testamento:
“Como em todas as igrejas dos santos, as mulheres estejam caladas nas assembléias: não lhes é permitido falar, mas devem estar submissas, como também ordena a lei. Se querem aprender alguma coisa, perguntem-na em casa a seus próprios maridos, porque é indecente para uma mulher falar na assembléia. Porventura foi dentre vós que saiu a palavra de Deus? Ou veio ela tão-somente para vós?” (Coríntios 14:33)
E nesse trabalho está um dos motivos pelos quais me considero feminista, já que é um movimento que abrange diversas pautas. O feminismo desperta de maneira diferente e por um motivo especial em cada mulher. E graças à esse movimento, muitas mulheres conseguem identificar na trajetória das suas vidas que tipo de opressão sofreu e de que forma sofreu, seja ela física, verbal, religiosa, estética, moral, racial, por omissão de direitos e diversas outras. Assim, as mulheres podem tentar desatar esses nós nas suas linhas do tempo ou pelo menos entender o porquê passaram por diversas situações injustas, identificando os pensamentos por trás dessas opressões e injustiças (que são particulares e distintas para cada mulher). Essa conscientização ajuda a reorganização interna da mulher; a reconstruir e entender sua identidade, a destruir as prisões mentais, a libertar-se e a empoderar-se, além de poder despertar outras mulheres devido às manifestações feministas nas redes sociais, por exemplo.
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