Ano 05 nº 073/2017 – OS COMENTÁRIOS OPORTUNOS (OU NÃO) NO FACEBOOK

Autor: Carlos Juliani Lemos Vaz

Hoje em dia, muitas pessoas se utilizam das redes sociais, seja para trabalho, para lazer, ou o que mais nossa criatividade mandar. Ferramentas como essa têm a incrível capacidade de, por vezes, afastar as pessoas que estão próximas, como também aproximar as que estão afastadas.

Eu, que não vivo em outro mundo nem sou do século passado (aliás, do século passado sou sim), obviamente também uso. E dentre todas as redes, prefiro o facebook, até mesmo por nunca ter aprendido a utilizar as demais redes, do que sinceramente não me arrependo.

Apesar de já ser um homem perto dos quarenta anos, casado e pai de família, quando criança não fiz a Catequese, um requisito que seria praticamente “obrigatório” para uma criança batizada na Igreja Católica, como eu fui. Assim, hoje, em madura idade, e por convencimento da minha esposa, que me “arrastou” para a igreja dela, estou fazendo alguns estudos aprofundados.

Entretanto, um dos hábitos saudáveis que sempre cultivei desde a infância foi o da leitura: histórias em quadrinhos, quando criança; livros voltados para o público adolescente, entre os doze e dezessete anos; e dos dezoito para cá, o que vier pela frente: quadrinhos de faroeste, livros de autoajuda, etc. E confesso que, de todas essas leituras, marcou-me muito a do livro “O Alquimista”, de Paulo Coelho, que tem diversas passagens interessantes. Marcou-me tanto que o li mais de uma vez.

Após toda essa explicação, passo a narrar o fato que me faz escrever esta crônica, que se passou ontem, sexta-feira, dia 14 de julho.

Como todo mundo que possui uma conta no facebook, estava eu a atualizá-la (coisa que faço periodicamente), no visor de meu celular. De repente, deparo-me com a postagem de uma amiga de infância/adolescência, que hoje mora em outra cidade, e está “presente” em minha vida graças ao dito aplicativo. Esta amiga estava fazendo uma viagem, e fez, então, a seguinte postagem:

“Onde estiver o seu tesouro, ali estará o seu coração”.

Eu, que raramente curto ou comento postagens, mesmo dos meus amigos, gostei dessa. Então, eu a curti e fiz o seguinte comentário, querendo ser educado:

“Gosto dessa passagem de ‘O Alquimista’. Boa viagem minha amiga”.

Essa minha amiga que, convém dizer, é uma fervorosa evangélica, respondeu meu comentário da seguinte maneira, por sua vez:

“Mateus 6-21… Palavra da Bíblia amigo”.

Eu, rindo muito com aquela situação, e me achando o próprio ‘herege’, mencionei à minha esposa esse comentário que fiz e a resposta que tive da minha amiga. Minha esposa que, também, em certa época da vida, realizou estudos da Bíblia em sua religião, disse-me, com uma sensação entre riso e incredulidade:

– Meu Deus! Não acredito que tu fizeste esse comentário!

Eu respondi:

– Não sabia… Eu não estudei a Bíblia… hehehe.

E ficamos ambos a rir um pouco disso. Eu, entretanto, que não gosto de deixar uma pessoa sem resposta, e obviamente não poderia “perder a piada”, respondi de volta à minha amiga, até para não parecer tão ignorante:

“Hehehe… Bem, tenho uma desculpa… Estou fazendo minha Catequese só agora… Mas essa passagem que tu citaste, eu só conhecia através da leitura do livro “O Alquimista”, de Paulo Coelho… Um abraço!”.

Porém, dessa forma minha aparente “ignorância” sobre religião ficou ainda mais evidente: segundo minha esposa, quem faz Catequese são os católicos; os evangélicos fazem estudos bíblicos… E a prova da evidência da minha ignorância foi a curta resposta da minha amiga para essa minha última postagem: um mero ‘curtir’.

Mas tudo bem! Facebook à parte, não podemos perder a amizade… E muito menos a piada, hehehe.

 

Este é um fruto da Oficina de Crônica, ofertada pelo LAB- Laboratório de Leitura e Produção Textual em parceria com a oficineira Viviane Geribone.

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