#OCUPAMPA
Guilherme Ramos
A educação tem sido, desde sempre a meu ver, algo que não acolhe a necessária atenção que merece. Eu poderia dizer que apenas alunos, professores e profissionais da educação estão sendo afetados com estes problemas em nosso país e que apenas estes pensam em mudanças.
Mas claro que eu não poderia me ater somente a estes personagens, tendo em vista o cenário atual no qual podemos perceber que educação de qualidade não se faz apenas com professores e alunos.
Tendo em vista os cortes na educação, discentes da Universidade Federal do Pampa – Unipampa ocuparam a reitoria na manhã do dia 23 de maio, localizada em Bagé no Rio grande Sul, contra os cortes tais como: 50% dos terceirizados, higiene, cuidados externos ao campus, energia, transporte, permanência e outras reivindicações relacionadas ao ensino público tão precarizado.
Foto: Divulgação Ocupampa
Não quero falar de números nem politicagem. Poderia, mas não me parece o momento. Movimentos sociais como este são muito mais complexos, ricos em vivências e em lutas.
Como discente e uma das pessoas que esteve junto ao movimento, posso dizer que quem não está vivenciando esta luta não conseguiria entender metade do que se é discutido e vivido junto a este grupo. Um exercicio de Cidadania é o que está acontecendo e um dos mais puros. De gente que acredita na mudança e faz o que acha ser preciso para que esta aconteça.
Seja ela em uma discussão sobre a crise financeira global de 2007 – 2009 ou uma roda de leitura de poemas e de músicas, discussões estas que se veem necessárias, como uma roda de feminismo na qual compartilhar experiências e memórias empodera todo um movimento.
Oficina de teatro durante a ocupação. (Foto: Guilherme Ramos)
“Baderneiros” dizem os que não conhecem o movimento e sua organização, organização esta que mostra imensa responsabilidade e engajamento político apartidário com a causa, movimento este feito por: secundaristas, técnicos, universitários, docentes, seguranças e nossas queridas “Tias da limpeza” que temos grande admiração.
Roda improvisada de samba durante a ocupação (Foto:Guilherme Ramos)
Cultura e educação andam juntas neste movimento estudantil que busca a melhora no ensino superior e em nossas escolas.
Histórias se cruzam nessa ocupação seja numa conversa antes de dormir no colchão ou na barraca, numa conversa durante o almoço, na emoção de participar de uma oficina de teatro, da comoção de uma roda feminista ou no dedilhado do violão acompanhado de um refrão .
#VEMPRALUTA #OCUPAMPA