Assédio dentro da Universidade: Como recorrer?

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Por Taiza da Hora Fonseca

 

A pesquisa sobre assédio feita pelo UniElas – Grupo de Pesquisa Feminista da UNIPAMPA – campus Bagé, divulgada no ano de 2016, mostrou um dado alarmante a todos: quase 90% das alunas(os) que responderam a pesquisa informaram que já foram assediadas/os dentro da Universidade, com este assédio partindo tanto de alunos quanto de professores e/ou servidores.

Para continuarmos este diálogo é necessário explicitar o que está sendo colocado como assédio neste texto, para tanto, assédio é a insistência impertinente, perseguição, sugestão e/ou pretensão constantes em relação a alguém, ou qualquer ação que direcionada ao outro que não seja consentida. Esses tipos de assédio se manifestam de diversas formas, como: sexual, moral, psicológico, etc.

Sabemos que em muitas oportunidades, a vítima em situações como estas exemplificadas acima, sente-se coagida, o que faz com que ela não efetue denúncia, pois mesmo o órgão o qual a representa, não passa sentimento de segurança para ela. Porém, ainda assim, essa é a nossa – de todas as mulheres dentro da universidade – ferramenta inicial para que nossos algozes sejam responsabilizados. Nestes casos, a vítima deve encorajar-se a dar esse passo, afinal, em momentos como esses, mesmo quando acreditamos estarmos sozinhas, a verdade é que não estamos, com isso sendo, inclusive, um pontapé para encorajar outras mulheres a rumarem pelo mesmo caminho: o da denúncia!

De acordo com a Ouvidoria da UNIPAMPA, em casos de assédio, que partam de alunos, servidores ou professores, ocorridos dentro do campus, devem ser protocolados através do site: http://porteiras.r.unipampa.edu.br/portais/ouvidoria/ e, também, do e-mail: ouvidoria@unipampa.edu.br ou pelo fone: (053) 3240-5434.

Os detalhes são cruciais para que a denúncia seja mais completa e, se possível, testemunhas também. Em caso de agressões “mais fortes” e invasivas é aconselhável se registrar um boletim de ocorrência junto a delegacia da cidade e anexá-lo junto a processo.

Para tanto, por fim, ainda reiteramos que é de responsabilidade da universidade e de seus gestores tornar essa discussão prioritária, bem como criar ciclos de diálogos para que toda comunidade acadêmica tenha conhecimento das mais diversas formas e garantias que nós mulheres temos para recorrer neste tipo de situação.

E lembremos: não estamos sozinhas, que rompamos o silêncio unidas!

Junipampa