A Amazônia está sendo morta

Texto willians

Por Willians Barbosa

A questão ambiental, comumente postergada, retomou as manchetes de jornais, publicações nas redes sociais e se tornou pauta de declarações de especialistas e cidadãos a partir dessa segunda metade do mês de agosto. Se é mesmo o mês do desgosto, não sei. No entanto, o que parece é que agora todo mês é mês de desgosto.

A origem desse ápice se deu com o episódio de segunda-feira, dia 19, quando escuras nuvens encobriram o céu da grande São Paulo em plena 16 horas da tarde. Houve, a princípio, discordância e desencontro de informações. Enquanto alguns diziam ser fumaça do desmatamento na Amazônia, outros alegavam ser uma mera frente fria. O fato é que as imagens, totalmente atípicas e apocalípticas, chamaram a atenção de todo o país, oportunamente.

Oportunamente porque, ainda que essa fumaça tenha sido de queimadas sobre a Bolívia, em Rondônia e arredores, a Amazônia, o pulmão do planeta, de fato, também está sendo queimada. Mesmo que muitas imagens que tenham sido divulgadas desde então sejam fotos de anos atrás, o que não ajuda em nada na tomada de consciência sobre o assunto, hoje está sendo, sim, registrado aumento de incidência de queimadas na região. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os incêndios florestais tiveram aumento de 84% neste ano, totalizando quase 80 mil incidências, metade delas apenas em agosto.

Não contribui em nada a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação às questões ambientais, estigmatizando a preocupação com o assunto como sendo de esquerdistas. A própria nomeação do atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi alvo de polêmicas, devido a seus laços com ruralistas, gerando conflitos de interesse, como sucedeu, vale lembrar, com outros Ministérios, soando tudo como um grande deboche. Sobre a Amazônia, Bolsonaro, tendo inicialmente negado e contrariado resultado de pesquisas sérias, chegou a declarar que as queimadas eram fruto de organizações não-governamentais com intuito de prejudicar a imagem do governo.

Líderes mundiais, nos dias que se seguiram, se pronunciaram sobre o imbróglio, sendo o mais contundente o presidente da França, Emmanuel Macron, que já adiantou ao público pôr em mesa o assunto na próxima reunião do G7, o grupo dos países mais poderosos do globo. O primeiro-ministro britânico e a chanceler alemã, mais sutis em seus pronunciamentos, seguiram a mesma linha. Já Donald Trump ofereceu assistência ao seu aliado latino-americano. Celebridades brasileiras também fizeram coro ao discurso pró-ambientalistas, como Caetano Veloso, Gisele Bündchen e Anitta.

Vale a pena acompanhar os próximos passos de todos esses atores sociais e o desenlace desse tema, tão caro para mais de sete bilhões de seres humanos. É nosso futuro que está em jogo. E que não deixemos cair no esquecimento. Bater na mesma tecla é essencial a todos nós.

Fonte da imagem: Guia do estudante

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