Palestra sobre educação inclusiva discute diferença entre incluir e inserir

Com a temática “Educação Inclusiva  e o Ensino de Ciências” e ministrada pelo Professor Doutor Gerson Mól, aconteceu no início do mês de abril, dia 09, a palestra organizada pelo Observatório da Educação (OBEDUC) e pelo Mestrado Profissional em Ensino de Ciências da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Focada na inclusão de deficientes visuais, o evento de aproximadamente três horas reuniu um público de cerca de 170 pessoas, entre alunos do Mestrado, licenciandos em Química e Física e também participantes da comunidade não acadêmica da cidade de Bagé.

Entre muitas pautas da palestra, o professor explicou os conceitos de “inserir” e “incluir” alunos especiais dentro de uma sala de aula. Nesse contexto, inserir e incluir se constituem como ações distintas e a inclusão é vista como um direito garantido por lei para alunos com necessidades especiais. A exposição foi voltada para o trabalho pedagógico com os estudantes com deficiência visual e todos os métodos que existem para incluir um aluno especial em uma sala de aula de ciências. Além disso, o professor destacou também o fato de que o Brasil é o país com o maior número de deficientes visuais do mundo. O professor Mól comentou ainda sobre as motivações para um aluno aprender ciências, tais como: a convivência em sociedade, estudo para o vestibular, assim como para seu futuro profissional.

Professor Doutor Gerson Mól. Foto: Larissa Assis.

 

Confira abaixo a entrevista feita pelo Junipampa ao professor Gerson Mól:

Junipampa: Tu poderias falar da diferença entre incluir e inserir na área do ensino?

Gerson: As pessoas muitas vezes acham que inclusão é levar o aluno para escola comum. Se você leva o aluno para escola comum e não dá a ele condições de acompanhá-la, você o inseriu na classe, na escola, mas você não o incluiu, porque ele continua isolado na condição dele. Então incluir é você dar a ele condições para ele se apropriar do conhecimento, do conteúdo e, a partir disso, ele poder se desenvolver. Então não basta colocar do lado de dentro, tem que dar condições.

Junipampa: Em relação aos recursos didáticos, para que esse aluno com alguma necessidade especial não tenha esse fator como empecilho, quais tu achas que são os principais pontos em que deve haver uma evolução ainda?

Gerson: Eu acho que o professor deve ter a sensibilidade de perceber o que esse aluno precisa e trabalhar na perspectiva de sanar essa deficiência, essa necessidade. Isso ele pode fazer do ponto de vista dele enquanto professor produzindo material. Ele pode envolver a turma, os demais colegas, para que os colegas produzam materiais e que ajudem esse aluno, porque o processo de inclusão vai além do conhecimento acadêmico cientifico. O processo vai pela questão da inserção do relacionamento do aluno com a turma, da turma com esse aluno e nessa perspectiva todos ganham, o professor, o aluno incluído e os outros alunos, porque o sistema todo vai melhorar.

Junipampa: Quando tu passaste a se dedicar a área da química para o aluno com baixa visão ou cego, quais foram as principais dificuldades que tu encontraste?

Gerson: O problema é que trabalhamos muito em uma perspectiva do visual, temos essa formação. Se nós enxergamos, sempre resolvemos as coisas a partir da visão. Então um professor de Química, com muita frequência, ao explicar uma coisa, vai para o quadro e faz um monte de representação. Se ele tem a preocupação de que há um aluno que não enxerga o que ele está desenhando, ele tenta trabalhar isso de uma outra forma para o aluno, oralizando, explicando ou construindo um modelo (método). Se não fizer isso, ele está excluindo o aluno, porque ele usa uma metodologia da qual esse aluno não pode participar, então é importante o professor ter a sensibilidade de perceber que aquele aluno precisa de uma coisa diferente e tentar oferecer isso para o aluno.

Junipampa: Atualmente tu estás voltado para algum projeto de educação inclusiva?

Gerson: Sim, temos um grupo na Universidade de Brasília, um núcleo de pesquisa em ensino de ciências. Trabalhamos com professores da psicologia e da biologia, da química. Não temos ninguém da física, no momento. Trabalhamos com alunos que passaram agora para a universidade, trabalhamos com professores com a perspectiva de formação de professores, temos uma disciplina específica na pós-graduação que vai trabalhar essas questões, nós apoiamos e acompanhamos os professores no trabalho com esses alunos.

Professor Doutor Gerson Mól em entrevista para o Junipampa. Foto: Larissa Assis.

 

Escrito por Larissa Assis, Mariana Grego, Luisa Hidalgo e Melissa Barbieri, bolsistas do Laboratório de Leitura e Produção Textual – LAB (PROEXT/MEC).

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