Ocasiões de aprendizado que a vida nos oferta           

                              Por Ernesto Maia Lemos

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(Foto: Fernanda Tochedo)

A criança ganha uma espada de presente de Natal e se sente invencível. Pensa ser o ser mais feliz e poderoso do planeta Terra. Até o dia que a espada após passar por tantas aventuras, lutas, batendo em paredes e árvores. Se desgasta e quebra. Então há a descoberta: a espada não era indestrutível. Quando ela cresce, ela tem contato com outras “espadas” que a fazem pensar que é invencível e feliz novamente: diploma universitário, estabilização financeira, relacionamento estável. Porém, as contingências do cotidiano mostram que a efemeridade e a mudança são as únicas verdades inquestionáveis da Vida. E que por mais feliz e sólida que seja sua vida, ela pode sofrer revezes como perda do emprego, doença, separação e mudar radicalmente.

Não observamos que estes momentos tanto de estabilidade quanto de dificuldade são ocasiões de aprendizado que a vida nos oferta para aprendermos a observar como reagimos nestas determinadas condições. Infelizmente, como estamos mergulhados numa sociedade massificada, cada vez mais preocupada com o materialismo, consumo desenfreado e prazeres imediatistas, não nos apercebemos da sabedoria que podemos extrair destes momentos. E acabamos vivendo de forma mecanizada e alienada, que não reflete o que queremos, mas o que a sociedade de consumo dita ou impõe para quem vive sob suas ordens. Como podemos observar no livro “Os Cinco Maiores Arrependimentos à beira da Morte”, da enfermeira australiana Bronnie Ware, especialista em cuidados paliativos e doenças terminais, as   cinco maiores lamentações dos pacientes terminais foram:

Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida verdadeira; 

Eu gostaria de não ter trabalhado tão duro; 

Eu gostaria de ter coragem de expressar meus sentimentos;

Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos;

Eu gostaria de ter me deixado ser feliz.

Os arrependimentos estão ligados a uma ideia de impossibilidade de fazer algo devido a alguma pressão exterior ou uma adequação a um estilo de vida excludente de certas atividades. A questão maior que fica é: foram escolhas conscientes ou inconscientes? Sócrates na antiga Grécia já afirmava que “uma vida sem reflexão não merece ser vivida”. Qual a vida que queremos? O que buscamos? Somos guiados pela nossa consciência ou somente seguimos tendência que a sociedade nos oferta? Procuramos satisfazer a nós mesmos ou queremos agradar os outros? A busca destas respostas na nossa vida não garantirá por si só, a felicidade. Mas, com certeza nos poupará de muitos arrependimentos.

Meu nome é Ernesto Maia Lemos, sou acadêmico de Letras Unipampa Uab do pólo de Itaqui.

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