Eu me procuro no escuro

Por Alex da Silva Chaves

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Arte da  Luciana Rodriguez

Eu me procuro no escuro 

Eu me sinto, pois me toco

Então me forço a acreditar que sim.

Mas sabe, está escuro e eu não posso me ver 

Como posso eu saber, dessa forma que sou real então?

Eu grito no escuro, pois não sei se posso ser ouvida

Mas o eco da minha voz é a única coisa que permeia no silêncio:

-Tem alguém aí? Aí aí aí aí

Se eu ouço a minha voz logo eu existo, repito para mim mesma

Contudo se apenas eu a ouço, também não posso ter certeza…

Eu me movimento, danço

Tentando diferenciar o chão da parede e a parede do teto 

Mas o único contato que meu corpo encontra é com ele mesmo.

Eu sinto o abraço que a brisa do vento me dá 

É isso! Afirmo com certa expectativa

“Vento” sem o barulhos das folhas do outono que se arrastam pela cidade, sem o doce aceno dos galhos das árvores…

Reflita, mas que vento? Aaaaa 

Poxa vida, nem vento, nem brisa, nem abraço, nem certeza

Se tudo o que eu tenho é a mim mesma e a consciência que deve me acompanhar 

E nada posso enxergar 

Como a incógnita se desvendará? 

Bem, acredito que pelo menos ela não me enganaria… Partirei eu então daqui! 

Dizendo para mim mesma: 

Sou real, 

Eu confio em mim 

Que confia que sou real

Entretanto se sou real 

Sou apenas alguém em um quarto vazio, no escuro

E que valor isso tem?

Melhor será então eu continuar tentando achar um jeito de provar para mim mesma que sou real 

Até que um dia eu tenha uma boa razão para acreditar. 

Eu sou o Alex Chaves, tenho 18 anos e sou nascido e criado no interior do Rio de Janeiro e  amo escrever desde bem pequeno. A escrita sempre foi meu refúgio, o lugar que me acolhe quando estou em prantos, que me abraça quando estou sozinho, que registra meus melhores momentos e, principalmente, expõe meus pensamentos mais profundos, os colocando na superfície de mim. Sou calouro no curso de licenciatura em história na Unipampa. 

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