A mulher que manda: A complexidade do feminismo mostrado em Eu, Tu, Eles

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Esta resenha for escrita pelos ETAs dos Estados Unidos. Samantha Quintell-Lenzi é formada em Relações Internacionais e Espanhol e experta na dança. Christian Flores se formou em História, Ciências Políticas, e Espanhol, mas a sua paixão é na cozinha. Finalmente, Mary Scott, a connoisseur de alfajor, é formada em Estudos Culturais e Literatura Comparada.

“Eu, tu, eles” é um filme brasileiro do ano 2000, dirigido por Andrucha Waddington e roteiro de Elena Soarez. O filme acontece no nordeste, e tem um elenco de primeira, com a comediante Regina Casé atuando como protagonista. Também aparecem Lima Duarte e Stênio Garcia.

O filme gira em torno da personagem de Darlene, que é deixada no altar no começo do filme pelo seu namorado. Ela fica grávida dele, então quando ele não aparece, ela foge da sua vila para criar a seu filho sozinha. Quando ela volta três anos depois, para enterro da sua mãe, é pedida em casamento por Osias (Lima Duarte), que oferece dar casa para Darlene e seu filho. Darlene não gosta dele, mas aceita, já que ela não tem mais opções. Ainda que esteja presa em seu casamento com Osias, ela encontra maneiras de se liberar, tendo relações apaixonadas com o primo de Osias, Zezinho (Stênio Garcia), e depois com o jovem Ciro (Luiz Carlos Vasconcelos), que são convidados para morar na casa por Osias. Darlene acaba com quatro filhos de quatro homens diferentes, nenhum sendo de Osias, e morando embaixo do mesmo teto com seus três homens. O que acontece é um quadrilátero de amor, tanto engraçado como triste por suas implicações.

A situação da Darlene, a personagem principal do filme Eu, Tu, Eles, mostra a complexidade da intersecção do gênero e classe no nordeste do Brasil. Por um lado ela tem que casar por motivos de dinheiro. Mas além de estar presa num casamento mais por segurança que por amor, por outro lado ela nunca permite que suas relações impeçam sua liberdade sexual. Ela tem um espírito forte embora tenha um esposo machista e controlador. Sua habilidade de manter uma atitude feliz e positiva pelo filme é o que provoca um pouco do humor e mostra sua resiliência. Ela sempre encontra uma maneira criativa de sair com os homens que quer, e de rir. Desta perspectiva, os homens são os que dependem dela, esperando sua atenção, apaixonados por ela. 

Então, o filme mostra uma multidão de poderes que as mulheres têm e não têm com a história da Darlene. Ela formou toda a casa, todos os homens que moram na casa estão lá por causa dela. Ainda que ela tenha tantos amantes, a verdade é que não há muito conflito entre eles. A maioria dos amantes não a deixam ainda que ela obviamente esteja ficando com muitas pessoas. Ao mesmo tempo, ela não tem a opc̜ão de estar independente por causa da pobreza e das realidades da vida nordestina, especialmente para uma mulher. Sua liberdade vem dos jogos de amor que faz com vários homens, e como eles ainda cuidam dela e de seus filhos, ela ganha. Darlene mostra a infinidade de maneiras de como a mulher manda seu poder, ainda que tenha desvantagens de classe social.

Por isso recomendamos ver este filme, especialmente a pessoas quem têm vontade de aprender mais de cultura do nordeste do Brasil, de feminismo internacional, e dos diferentes aspectos que afetam a desenvolvimento do feminismo. A audiência pode viver estas experiências de Darlene por uma perspectiva que adiciona  um pouco do humor, dentro dum tema complicado.

 

*Produzido em aula de Português para estrangeiros do Programa Idiomas sem Fronteiras (IsF) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).

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