O livro não termina

Por Adriano de Souza

 

Amigues, me despeço. Assim mesmo, sem rodeios, um dia a coisa acaba. 

Machado e Lima foram os personagens centrais desta coluna, melhor dizendo, suas histórias e seus personagens é que ocuparam a maioria das linhas depositadas aqui. Estivemos em boa companhia, concluo. Não porque esses tantos personagens que passearam por aqui fossem inspiradores símbolos de virtude. Bem capaz… Mas porque a maneira como eles/as nos foram apresentados/as, creio, nos ajudou a conhecer e a encarar a nossa própria (des)ventura.

E a pergunta que fiz lá atrás, no primeiro texto da coluna – o que acontece quando o livro termina? –, respondo agora: o livro não termina. Eu acho que esse foi um aprendizado importante. O livro não termina porque nos constitui, nos povoa, nos incomoda, nos engana, nos apaixona, nos liberta, nos aprisiona, nos atravessa e nos enviesa. E mesmo se você não leu, eu te digo: ele te constitui também, cara. Tu não leu, mas outros leram e, pelos labirintos e descaminhos da vida, ele chegou até a ti. Bom proveito. Eu tenho preferido entrar no labirinto, questão de escolha. Aliás, vai saber se ainda não nos trombaremos por lá?

Obrigado, Junipampa (Viviane, Clara, Flávia), por esse espaço. Curti demais escrever aqui. Até a próxima!

image1

Tira de @porliniers. Disponível em https://twitter.com/museodellibro/status/510357353179676672. Acesso: 19/07/2021.

image2

Créditos da Foto: Viviane de Vargas Geribone

Neste espaço, Adriano de Souza compartilha mensalmente experiências de leitura. Na Unipampa/Campus Bagé-RS, é professor de Português desde 2015. 

Em 2021, gravou seu primeiro trabalho musical intitulado “Milongas do Olvido”, que pode ser conferido em todas as plataformas digitais de música.

Deixe seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Junipampa