GLOBO, BOLSONARO e a politização de um assassinato

design-sem-nome-3(Rede Globo/Reprodução)

Por Felipe Vasc

No dia 29/10, o Jornal Nacional divulgou dados do processo do assassinato da vereadora Marielle Franco (que corria em segredo de justiça) de maneira um tanto parcial, o que gerou uma live no youtube onde o presidente estava nitidamente destemperado e com uma postura muito agressiva. A guerra Bolsonaro x rede Globo não é novidade, o que para o jornalismo da emissora é muito ruim, descredibiliza qualquer matéria que seja feita contra o governo. Realmente, é suspeito que o filho do presidente tenha se apressado em conseguir as gravações das câmeras de segurança, e da suposta ligação do porteiro para a residência de Bolsonaro. Um interesse curioso de pessoas que alegam não ter conexão com o caso. Em entrevista ao site O ANTAGONISTA, Bolsonaro alegou ser “forçação de barra” a interpretação de que estaria obstruindo a justiça, e poucos dias depois a FOLHA DE SP online, em sua edição do dia 05/11, publicou um texto onde buscou contato com especialistas que alegaram não haver obstrução, já que não havia, até o momento, evidências de que o Bolsonaro tivesse intenção de atrapalhar a investigação (?). Nada faz sentido. 

O presidente sugeriu que os delegados do caso estariam corrompidos por serem “amiguinhos” do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ex aliado de Bolsonaro, um fato também um tanto quanto curioso. Em sua live, Bolsonaro disparou fortes ataques contra a rede Globo e isentou o porteiro dando a entender que ele foi induzido a dar aquele depoimento. O jornal EL PAÍS, publicou uma matéria que ia contra toda onda de acusações sobre o presidente. O texto apontava as falhas nas acusações, depoimentos que conflitavam e não condiziam com os resultados da perícia, registros biométricos em Brasília, entre outros furos no discurso da acusação. Pronto, já estão inseridos na festa. 

Particularmente, eu adoraria vê-lo lidando com uma situação onde ele terá problemas em se explicar aos fanáticos. Porém, neste momento um assassinato virou arma política contra o governo. Por outro lado, o presidente que busca de todas as maneiras um argumento para “regular” a imprensa, e seus apoiadores são a maioria do país. Caso o Bolsonaro seja inocentado, ganhará um motivo consistente para conduzir o governo até a posição de controlador de conteúdo. Neste caso, provavelmente seria a mesma coisa com um governo de esquerda, o discurso é igual, a esquerda passou a usar do judiciário há muito tempo também para calar aqueles que não compartilham de sua visão ideológica. Sobre censura, eu gostaria de falar em algum outro momento. Minha posição eu quero deixar clara; não gosto de nenhum dos lados, ambos querem me ensinar como é a maneira ideal de se viver; já adianto, minha mãe passou a vida tentando e não conseguiu, então, boa sorte.  

Quero deixar últimos lembretes, serve para que entendam o que este homem pode causar. Em uma entrevista à CÂMERA ABERTA no ano de 1999, sugeriu tortura ao então deputado Chico Lopes, fez apologia à sonegação de impostos, e a melhor das pérolas, sugeriu que a solução seria uma guerra civil fazendo o que não fez o regime militar, matando 30 mil, e nessa terei de dar aspas: “Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra morre inocente”. É uma figuraça. Mas, possível mandante de um crime?  

Comentários
  1. C H

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